Curso Universitário de “Política e Sindicalismo Internacionais” forma nova turma capaz de compreender a natureza das transformações e pensar a estratégia sindical
Escrito por: William Pedreira
Socializar, compartilhar e construir saberes. Após sete módulos, intensos debates, troca de
Dirigentes terminam o curso mais preparados para a luta cotidiana
Todo curso ocorreu nas dependências do Instituto Cajamar, histórico centro de formação político-sindical, hoje Cooperinca (Cooperativa dos Trabalhadores do Instituto Cajamar).
Voltado a dirigentes e assessores sindicais de entidades filiadas à CUT, o projeto é um convênio entre a Central e o Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho), do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Iniciaram o curso em agosto do ano passado 39 estudantes, sendo 19 mulheres e 20 homens, representantes de diferentes ramos de atividade e setores econômicos em que a CUT atua, contemplando a diversidade e a pluralidade do nosso País. Destes, 38 receberam o diploma de conclusão em solenidade realizada na última quinta-feira (27), na sede da CUT Nacional.
Na oportunidade, o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício, ressaltou a importância histórica da formação da Central. Sobre o curso, assinalou que os/as dirigentes que dele participam saem mais preparados/as para enfrentar um cenário altamente complexo. As recentes e constantes transformações do capitalismo, onde o capital detém grande mobilidade e interação em vários países e em diversas formas, demanda uma organização da classe trabalhadora a nível internacional
Conteúdo abrangente – neste curso de extensão universitária os alunos também são protagonistas. Qualquer formalidade e/ou burocracia acadêmica é deixada de lado.
Os dirigentes tomam conhecimento de teorias da economia, da política, da história mundial, do surgimento do movimento sindical e sua evolução e as relacionam com a luta cotidiana.
Entre os expositores e responsáveis pelas aulas, passaram pelo curso o sociólogo Emir Sader, o economista e professor licenciado da Unicamp Marcio Pochmann, o diretor executivo do Cesit Anselmo Luis dos Santos, o professor doutor do Instituto de Economia da Unicamp Eduardo Fagnani, o deputado federal Vicentinho (PT-SP) e dirigentes da CUT, incluindo o presidente Vagner
Aulas abordavam temas históricos e atuais
Freitas.
O curso foi divido em sete módulos trabalhados durante uma semana no mês. Cada módulo abordava uma temática, mas todos estavam interligados entre si: entender o capitalismo, sua lógica e efeitos na organização dos trabalhadores; o funcionamento da macroeconomia; a história do capitalismo durante o século XX; o desenvolvimento da América Latina e os principais problemas atuais; a economia brasileira e sua relação com o mundo do trabalho; o contexto da evolução do neoliberalismo; os instrumentos necessários para a atuação do sindicalismo internacional.
As aulas ocorriam no período da manhã e da tarde. Antes, os alunos divididos em três grupos participavam de uma monitoria para que pudessem se apropriar do conteúdo e facilitar no processo de compreensão e participação. Monitorias que eram coordenadas por Valter Palmieri Jr., economista e doutorando na área de desenvolvimento econômico no Instituto de Economia da Unicamp; Lucas Andrietta, também economista e aluno do mestrado em economia social e do trabalho no Instituto de Economia da Unicamp; e Ana Elisa, formada em ciências sociais e que recentemente concluiu seu mestrado na mesma área.
Após as aulas os integrantes do curso se reuniam novamente em grupos menores para discutir os temas mais relevantes do dia, um trabalho de sistematização. Ainda havia um espaço reservado para que os alunos debatessem e organizassem o trabalho de conclusão.
Durante os cinco primeiros módulos o curso foi coordenado pela economista e pedagoga social Rita Kallabis, doutoranda em economia social e do trabalho pelo Instituto de Economia da Unicamp, que por motivos pessoais precisou se afastar, sendo substituída pela companheira Marilane Teixeira, que está a concluir seu doutorado em economia social e do trabalho também na Unicamp.
Sujeitos da transformação - uma novidade nesta terceira turma foi à necessidade de apresentação de um trabalho final. Os alunos escolheram um tema e, em grupo, trabalharam durante seis módulos na construção do trabalho e de propostas para a CUT através de leituras, estudos e complementação das bibliografias.
Valter Palmieri acompanhou a realização de todos os três cursos. Em sua opinião, os grupos de trabalho foram de grande importância para que os alunos não apenas assimilassem o conhecimento da academia, mas que também fossem os sujeitos da transformação, de produção do conhecimento.
Os trabalhos de conclusão abordaram os seguintes temas:
- Terceirização: Raimunda Barreto (PA); Rosalina Amorim (PA); Marilene Oliveira (RR); José Abelha Neto (MS)
- Formação sindical: Jairo de Jesus (SE); Maria Margaret (ES); Olinto Teonácio (RN); Jeane Gonçalves (PE)
- Sindicalismo e crise: Mario Luis (CE); Douglas Cunha (DF); José Carlos (MA); Sandra Felycio (RO); Josivaldo de Sousa (PI)
- Educação: Maria Neuziana (AP); Antonia Ribeiro (PI); Elis Raik (TO); Eliete Vieira (RN); Kelem Carminati (MS);
- Sindicalismo e crise: Vandirson Fonseca (SP);Vilani de Oliveira (CE); Mauro Negrette (SP); Gilberto Almeida (SP); Paulo César Borba (ES)
- Redução da Jornada: Euci Ana (PA); Roberto Ponciano (RJ); Gilberto Paulino (PB); Carlos Magno (MG); Wanderlei Monteiro (SC)
- Comunicação: Silvia Medeiros (SC); Glaydson Mota (CE); Raimunda Audinete (RN); William Pedreira (SP); Marcia Viana (SP);
Fonte: CUT NACIONAL
CAMOCIM INFORMADOS
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