sexta-feira, 14 de março de 2014

Em um ano, número de comissionados sobe 115,7% no Ceará

De 2012 para 2013, o Ceará mais que dobrou a quantidade de funcionários comissionados na administração estadual. O número desses cargos, preenchidos sem concurso público e geralmente por indicação política, passou de 750 para 1.618 (aumento de 115,7%), de acordo com a Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic) 2013, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Ceará fica em segundo lugar em aumento de cargos comissionados no período considerado, ficando atrás apenas do estado do Amapá. O estado da região Norte empregava 1.752 comissionados em 2012 e 5.254 no ano passado. São Paulo foi o estado que mais criou cargos comissionados em números absolutos: passou de 7.747 para 14.731 (veja infográfico abaixo).
Menos concursados
Em âmbito nacional, enquanto o número de cargos em comissão aumentou 9,9% de um ano para o outro, a quantidade de servidores estaduais concursados diminuiu 0,3%. Este índice representa a redução de 8.324 pessoas nas máquinas estaduais, das quais 17,1% eram servidores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e 1,7% eram servidores estatutários.
Por outro lado, além dos 9,9% a mais de comissionados, houve aumento de funcionários sem vínculo permanente (13,6%) e de estagiários (10,7%).
Apoio político
No Ceará, a administração direta (o conjunto das secretarias estaduais) empregava 689 comissionados em 2012. No ano seguinte, eram 1.233 cargos desse tipo.
Já na administração estadual indireta, que compreende as autarquias, empresas públicas, sociedade de economia mista, fundações públicas, fundos e órgãos de regime especial, havia 61 comissionados em 2012. No ano seguinte, já eram 385.
Para o cientista político Valmir Lopes, da Universidade Federal do Ceará (UFC), o aumento do número de comissionados “prova de maneira inconteste” o aparelhamento da máquina pública pelos partidos que controlam a gestão.
“A base de sustentação do atual governo se faz na base da troca de apoio político por meio do uso de recursos públicos de forma indiscriminada e irresponsável”, afirma Valmir. “E o pior, essa farra com dinheiro público contempla as pessoas com as mais baixas qualificações. Nem nisso a sociedade chega a se beneficiar”
O POVO tentou ouvir o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Eduardo Diogo. Segundo sua assessoria de imprensa, o secretário só falaria sobre a pesquisa nesta sexta-feira.
O levantamento do IBGE foi feito em todos as 27 unidades da Federação, entre março e agosto de 2013. A íntegra pode ser lida neste link: http://bit.ly/1cYle5H.
Fonte: O Povo 
CAMOCIM INFORMADOS

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