sexta-feira, 14 de março de 2014

Empresa Hope é punida por obrigar empregadas a mostrar roupa íntima

Como forma de fiscalizar possíveis furtos a seus produtos, a fábrica de roupas íntimas Hope do Nordeste, sediada em Maranguape, obriga suas trabalhadoras a se despirem e mostrarem a marca da lingerie que usam. Esta denúncia surgiu em 2012, quando uma operadora de telemarketing acionou a Justiça como forma de aliviar os danos morais que sofreu.

No início de 2014, a decisão da Justiça do Trabalho foi multar a Hope em R$ 27.283,20.

As revistas eram diárias e seguiam ao seguinte procedimento: Ao fim do expediente, a trabalhadora se dirigia a cabines com fiscais femininas. Lá era obrigada levantar a blusa e baixar as calças para que fosse conferida a marca das roupas íntimas que usavam. Esse era o da Hope controlar qualquer tipo de furto de suas peças.

Recurso
A empresa recorreu da decisão ao Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (CE). A sentença foi mantida porque, segundo o Regional, não havia como negar que as revistas íntimas existiam.
Outro recurso foi movido, desta vez ao TST, mas a Sétima Turma não conheceu (não examinou o mérito) desse tema, uma vez que os julgados apresentados pela Hope em sua defesa eram inespecíficos, pois tratavam de situações diferentes da do processo, abordando a revista moderada em bolsas, não revista íntima.

Para o TST, esse tipo de revista pessoal viola a dignidade humana e a intimidade do trabalhador. A multa equivale a vinte vezes o salário da empregada. Somente em 2011, o faturamento da empresa foi de 60 milhões de reais, com projetação de um salto para 140 milhões de reais no próximo ano.

INFORMAÇÃO: SINDICATO DOS SAPATEIROS-CE
CAMOCIM INFORMADOS

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