Os alunos estariam sendo obrigados pelo comando da PM a cumprir a carga de trabalho na "Operação Natal" e permanecer por mais sete horas à disposição do espetáculo natalino "Glorioso 2013"
Sem receber a Gratificação de Tropa Extraordinária (GTE) ou folgas, alunos oficiais da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) denunciaram em entrevista exclusiva ao PORTAL ACRITICA.COM que estão sendo obrigados pelo comando da corporação a cumprir a carga de trabalho de seis horas diárias na "Operação Natal" e permanecer por mais sete horas à disposição do espetáculo natalino "Glorioso 2013" - promovido pela Secretaria de Cultura do Estado (SEC) - onde participarão como figurantes no ato dos soldados romanos do rei Heródes.
De acordo com o Boletim Interno de nº 65 da Academia de Polícia Militar (APM) do último dia 19 de dezembro, 88 alunos oficiais foram convocados na escala obrigatória para participarem do treinamento e da realização do espetáculo natalino entre os dias 17, 21, 22, 23 e 25 de dezembro. Eles devem cumprir esta atividade extra após o cumprimento das seis horas de trabalho no patrulhamento da "Operação Natal".
Segundo o aluno J. Silva* (nome fictício para preservar a identidade do denunciante), os cadetes finalistas foram selecionados e estão a serviço do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) durante a realização da operação, que visa a segurança nas ruas comerciais do Centro e de outras áreas durante o fim de ano.
"Além da rotina desgastante da academia da PM, somos escalados para o patrulhamento a pé por mais de seis horas no centro e ainda somos obrigados a participar como atores do espetáculo de Natal. Permanecemos por mais sete horas no treinamento desde o último dia 20, sem receber folga ou a gratificação correspondente, como determina o regimento militar", declarou.
Os alunos oficiais declararam que o comando da Polícia Militar deveria ter convocado voluntários para a participação no "Glorioso-2013" ou oferecido uma proposta de folgas ou gratificação, como faz para os oficiais já formandos na academia. Um grupo de representantes dos cadetes questionou a escala de trabalho com o comandante do CPM, o coronel PM Aroldo Ribeiro, que teria declarado a obrigatoriedade dos alunos oficiais escalados e uma possível punição (prisão) para os que não cumprirem a convocação do comando.
Escala será avaliada
A equipe de reportagem entrou em contato com o comandante da Polícia Militar, coronel Almir David, que informou que não estava ciente da situação, mas que vai avaliar a escala dos alunos oficiais e determinar um novo cumprimento de horário para não atrapalhar o desempenho do patrulhamento realizado pelos cadetes durante a realização da "Operação Natal".
"A ordem não é absurda. Quem entra na corporação está ciente de que temos tarefas a cumprir. Os alunos oficiais não recebem o pagamento da GTE, já que são alunos e recebem para estudar na academia. É importante deixar claro que nós policiais militares não seguimos uma legislação trabalhista e sim o regimento militar. Sendo assim, todas as determinações do comando visam o treinamento, para testarmos a capacidade física e mental daqueles que vão trabalhar pela segurança da população amazonense. Vou avaliar a situação e conversar com o comandante do CPM para evitar esse tipo de problema durante a realização do serviço", finalizou.
Questionado sobre a ordem de prisão contra os alunos oficiais que descumprirem as normas, como foi anunciado aos cadete, Almir David informou que mesmo em treinamento os alunos estão enquadrados nos critérios disciplinares prescritos pelo Estatuto dos Policiais Militares e, se descumprirem uma ordem superior, eles também podem ser presos e responderem um processo administrativo.
Manaus, AM, 22 de Dezembro de 2013
CAMOCIM INFORMADOS
Isto é um ABSURDO!!! Estes policiais não são máquinas! Governador: abre espaço para concurso público e coloca mais soldados nas ruas. E Comandante: O que vocês fazem com esses alunos é desumano, pessoas estressadas não trabalham e sim descontam na população. Duvido que no tempo de academia de vocês era assim, abrem a boca só pra falar besteiras! Para de atender capricho de secretário de cultura e dê folga para esses Alunos Oficiais.
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