A polícia pra mim é um emprego. Nada mais nada menos que isso. Só quero trabalhar as horas que sou obrigado a trabalhar e pronto, ir para casa e fazer o que é meu. Durante o serviço evito esforço: quanto menos problema arranjar, melhor.
Tenho colegas que são tirados a “operacionais”, se espelham no Capitão Nascimento e querem resolver os problemas do mundo com tiro e tapa. Adoram paramentos, bolsas, equipamentos, spray de pimenta, munição, farda tática, blá, blá, blá.
Ingenuidade de quem assiste muito a filme de Hollywood e a esses programas de meio dia com abutres gritando por sangue e violência.
Outros colegas são filósofos do policiamento. Policiólogos. Querem porque querem conversa com a comunidade, tecnologia, administração inteligente, blá, blá, blá.
Ingenuidade de quem acha que o ser humano tem jeito e que tem sociedade sem governo mandando a polícia fazer o que ele quer que ela faça, sem questionamento nem teorias.
Sou policial para tirar o meu, com o mínimo de trabalho possível. Sou avesso a lutas políticas e a qualquer espertinho tirado a bem intencionado se proclamando líder. Só quero vender meu tempo. Geralmente minha presença em pé na rua basta. Fora isso é blá, blá, blá.
Autor:
Danillo Ferreira
Oficial da Polícia Militar da Bahia, associado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública e estudante de Filosofia. | Contato: abordagempolicial@gmail.com
CAMOCIM INFORMADOS
A sociedade tem jeito. Se analisarmos Tóquio, Londres, Viena e outros locais, sabemos que dá para fazer um mundo melhor, que não será feito pelos medíocres, é claro. Querer é poder.
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