terça-feira, 16 de abril de 2013


Vulcabras fecha 12 fábricas; Ceará ainda incólume



Dona das marca Olympikus e Azaleia, a Vulcabras - que tem fábrica em Horizonte (na Região Metropolitana de Fortaleza) - vai fechar 12 unidades industriais de 10 filiais na Bahia. As unidades ficam em Caatiba, Firmino Alves, Itambé, Itapetinga (menos a matriz), Itororó e Macarani. A Vulcabras sustenta que a decisão radical atende a plano de racionalização e centralização das atividades especificamente na Bahia. O argumento da companhia é o da necessidade de tornar mais enxuta a operação, ante seguidos prejuízos motivados pela competição de produtos importados a preços muito baixos.

Há um ano, a Vulcabras já fechara seis filiais baianas. Na época, prometera manter as 12 agora desativadas. O fechamento é mais um movimento de ajustes internos por que passa a empresa. No enredo, tentativa de se capitalizar atraindo fundos de investimentos - um deles foi o Pátria - e troca de comando. Milton Cardoso foi retirado do cargo após 15 anos para dar lugar a um dos donos, Pedro Grendene, irmão do controlador da Grendene, Alexandre Grendene.

O prejuízo da Vulcabras de janeiro a setembro deste ano chegou a R$ 232,5 milhões, ou cerca de 60% a mais, na comparação com período idêntico em 2011. A receita líquida, porém, subiu 10,7%, chegando a R$ 413,15 milhões. Em 2010, a empresa anunciou ter investido R$ 56,1 milhões nos primeiros nove meses do ano na fábrica de Horizonte. Naquele ano, dos cerca de 45 mil empregados, cerca de 15 mil trabalhavam na fábrica cearense. Em abril de 2010, a empresa assinou com o governador Cid Gomes o compromisso de gerar 4 mil empregos em três anos.

A Vulcabras, assim como tantas outras empresas atraídas para o Ceará a partir dos anos 1990, agrega ao Estado apenas empregos simples. Em verdade, não é mesmo fácil para um estado que disputa um investimento do gênero aspirar a algo além, como a vinda das etapas mais sofisticadas e geradoras de mais riquezas, como criação, marketing e propaganda, por exemplo. Contenta-se com o chamado chão de fábrica. Tem sido assim. E, ao mesmo tempo, a cada renovação dos incentivos fiscais, sobe o risco delas partirem. Desmontar é rápido e indolor para a empresa. Os baianos que o digam.
Esse é o resultado que essa empresa deixou na Bahia, Milhares de pessoas mutiladas  Agora é muito fácil fechar as portas. 

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