quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Vacina contra HIV passa em teste inicial com macacos, na USP

O projeto inicial de uma vacina desenvolvida pela USP contra o vírus HIV, testada em macacos, obteve surpreendentes resultados preliminares positivos, como afirmam os cientistas que conduziram os experimentos.
Foto: ReproduçãoSusan Ribeiro, pesquisadora associada ao projeto, conta que os sinais foram "bem mais intensos" do que os encontrados em camundongos. "Testamos a resposta imune dos animais e os resultados foram excelentes", revela Edecio Cunha, que liderou os trabalhos de desenvolvimento da vacina.
Pesquisadores aplicaram separadamente três doses, por 15 dias, em quatro macacos-resos do Instituto Butantan. A surpresa dos cientistas se deu pelo fato de que normalmente a reação a essa modalidade de vacinação é menor em primatas do que em roedores.
Trata-se de uma vacina de DNA, na qual os cientistas "escrevem" nessa molécula trechos de genes que codificam pedaços de proteínas do vírus causador da Aids. Com a injeção de DNA no organismo, a ideia é que ele seja usado dentro das células para fabricar só essas miniproteínas (os chamados peptídeos), sem o vírus original.
Essas pequenas parcelas proteicas foram escolhidas baseadas em pacientes que têm resposta imune incomumente alta ao HIV. Estudos realizados desde 2001 chegaram a 18 peptídeos candidatos a produzir reação forte do sistema de defesa.
Testes feitos em camundongos modificados para ter imunologia similar a dos humanos apresentaram possibilidade de ensinar células responsáveis pela identificação de patógenos invasores a reconhecer esses peptídeos e atacá-los.
A ideia é que o sistema imunológico aprenda a reconhecer esse material rapidamente para que possa reagir a fim de destruí-lo. O mesmo acontecerá ao encontrar o HIV real.
Dessa forma, contorna-se um dos maiores desafios de combate a esse vírus, que costuma passar ileso pelo sistema imunológico, não sendo reconhecido como um invasor perigoso até que seja tarde demais. Como o HIV infecta precisamente as células de defesa, ele desativa o sistema que defende o organismo de infecções.
Redação SRZD
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