O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) foi palco nesta quinta-feira do primeiro dia do julgamento do major Edson Santos e de outros 24 PMs. Eles são acusados de participarem na tortura e sumiço do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza na Rocinha.
O delegado da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa, foi o primeiro a falar. Em seu depoimento, ele chegou a afirmar que podem existir "outros Amarildos". Já a delegada-adjunta, Ellen Souto, disse que a PM dava dinheiro a testemunhas para dizer que o ajudante de pedreiro foi morto pelo tráfico.
Rivaldo foi o responsável pelo inquérito entregue ao Ministério Público sobre o desaparecimento de Amarildo. Segundo ele, os investigadores descobriram que o comandante da UPP da Rocinha, o major Edson Santos, pressionava outros PMs e moradores para dar a versão de que o ajudante de pedreiro foi morto pelo tráfico.
Durante o depoimento de três horas para a juíza Daniela Alvarez Prado, o delegado afirmou que a investigação falhou ao não realizar perícia atrás da sede da UPP, onde Amarildo foi torturado.
"O inquérito inicial apontava que Amarildo foi morto por traficantes. A ação dos policiais foi manobra ardilosa para imputar a terceiros a tortura contra o Amarildo".
A delegada-adjunta Ellen Souto foi a segunda a testemunhar. De acordo com ela, a PM ajudava falsas testemunhas, prometendo casas, comprando fraldas e dando dinheiro.
Nesta primeira sessão, será feita a colheita oral de provas em juízo. São 19 testemunhas de acusação, segundo a promotora Carmem Elisa Bastos, e 200 de defesa, de acordo com o advogado Saulo Salles, que defende o major Edson.
Redação SRZDCAMOCIM INFORMADOS
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