Quem disse que salário mínimo gera desemprego e “bico”?
O economista João Sicsú, da UFRJ, publicou em seu Facebook um gráfico extremamente interessante, que reproduzo acima.
Porque se choca, frontalmente, com a ideia estúpida de que elevação do salário mínimo gera trabalho informal, na medida em que o empregador, para não arcar com custos de seu pagamento, quer manter o trabalhador irregular ou pagar-lhe menos que o menor valor legal.
Querer, pode até querer.
Mas quando a economia está crescendo, quando há demanda por mão de obra, quando se eleva o preço do trabalho, é o trabalhador, na sua grande maioria, que rejeita esta situação.
Rejeita, claro, porque pode conseguir outro que não a recusa.
Esta era a ideia dos “gênios” da economia no governo FHC. O próprio Sicsú relembra que “documento oficial do Ministério da Fazenda de março de 2000 afirmava que “o aumento do salário mínimo pode vir acompanhado de aumento da informalidade”.
Formalização é resultado de duas coisas: além do aquecimento do mercado de trabalho, desoneração dos custos sobre a folha de pagamentos – como se faz, por exemplo, com o Simples – de modo a que contratar não seja um “castigo” para os pequenos empreendedores.
Por isso espanta que gente como o “socialista” Eduardo Campos se junte aos que enxergam no salário mínimo “um perigo” para a saúde econômica do país.
Porque doente, mesmo, é um país onde a gente suporta ver pessoas trabalharem para ganharem menos, muito menos, do que precisariam para viver.
O salário mínimo, que subiu 69% de 2003 para cá, precisa de uma regra legal que permita recuperar tudo o que perdeu durante as décadas que o separam de sua criação, por Getúlio Vargas.
E hoje a temos.
Aboli-la é, de alguma forma, “desabolir” a escravatura.
Por: Fernando Brito
CAMOCIM INFORMADOS
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