Cid define o tempo para escolher nomes
Todos os interessados na sucessão estadual estão dependendo da decisão do governador de apontar o candidato
O governador Cid Gomes não tem aberto espaço a seus correligionários, de qualquer matiz, para tratar da sucessão estadual. Antes, quando algum deles o abordava, a resposta adiava a continuação da conversa para 2014. Agora, ele tem sempre dito que, além de estar muito cedo para cuidar do tema, deve aguardar a manifestação das oposições a fim de saber quem vem a ser delas, o pretendente ao seu lugar no Palácio da Abolição.
Inácio Arruda, que quer estar na chapa, testemunha a conversa de José Pimentel e Eunício Oliveira, também postulante ao Governo FOTO: KLEBER A. GONÇALVES
Sabe bem, o chefe do Executivo cearense, não ter, no momento atual, o restrito campo oposicionista no Estado, um nome capaz de ser apresentado como competitivo na disputa eleitoral de 2014. E estabelecendo esse marco (o do lançamento do candidato adversário), como fincado já está, Cid adia uma decisão a ser tomada por ele, no seleto grupo da sua privacidade, e deixa todos os ansiosos pretensos candidatos, dentro e fora do PROS, senão imobilizados, mas sitiados num pequeno campo, sem condições de manobras capazes de alterar o planejado.
Tem sido característica de Cid, desde quando decidiu ser governador do Estado, deixar para o último momento a conclusão do projeto, por ele próprio arquitetado, de formatação das chapas majoritárias. Em 2006, o candidato ao Senado, Inácio Arruda, só foi incorporado à chapa momentos antes da convenção que a homologou. Em 2010, quando da reeleição, o vice-governador Domingos Filho, na época presidente da Assembleia Legislativa, foi escolhido também muito próximo do limite.
Nas duas últimas eleições municipais, em Fortaleza, já como governador, teve o problema da indicação do nome do vice de Luizianne, Tin Gomes, de início rejeitado por ela. O nome dele só foi oficializado após a convenção petista.
Estratégia
Tin não era do partido de Cid, naquela oportunidade no PSB. O vice de Luizianne foi indicado por Cid, tirado dos quadros do PHS. Já em relação a 2012, a falta de entendimento do governador com a prefeita, levado até os instantes finais da escolha dos candidatos, acabou por se dar o rompimento e Roberto Cláudio, então no PSB, se elegeu o prefeito da Capital.
A estratégia de Cid, para escolher os seus candidatos, se deixa com amarras os pretensos postulantes do seu grupo, também cria dificuldade para a própria oposição, pois sem saber quem são os nomes e o tamanho da aliança do Governo, experimentará uma inibição geral nas suas hostes, e como consequência, mais dificuldade de formatar uma chapa. A disputa de 2010, ainda deve estar viva na memória dos mesmos contrários ao atual governante. Eram de muito pequena expressão eleitoral os candidatos apresentados para enfrentá-lo na reeleição.
Faz falta
O governador, com alguns percalços, até pelo fato de provavelmente ficar sem um mandato, ainda formará uma ampla aliança em apoio ao candidato que escolher para disputar a sua sucessão. Mas só alcançará esse patamar, exatamente pelo fato de não ter oposição no Estado.
A exceção do deputado estadual Heitor Férrer (PDT), dissidente no seu partido, para manter o comportamento crítico ao Governo estadual (o partido forma na base de Cid), pelo menos dentre os detentores de mandatos, não se levanta uma voz oposicionista de envergadura, alguém que faça um pronunciamento sequer, analisando o Governo, levantando dúvidas, questionando ações ou procedimentos da administração, enfim, fazendo realmente oposição, estabelecendo o contraditório daquilo que o governante apresenta como o melhor.
Faz falta uma oposição séria, competente, merecedora de respeito. Os governos precisam de oposição, mas infelizmente a grande maioria quer ser mesmo é cortesã, prejudicando o governante, por estar sempre incensado e a sociedade que deixa de ter mais e melhores serviços públicos. E a minoria restante, guardada as devidas exceções, vai para a oposição, não só pelo fato de o eleitorado tê-la colocado lá, mas, em várias outras oportunidades pelo interesse contrariado nos campos da política ou da administração, por isso a produção de discursos rancorosos, sem qualidade, fica desacreditado e se torna inútil, principalmente para eles próprios.
EDISON SILVA
EDITOR DE POLÍTICA
O governador Cid Gomes não tem aberto espaço a seus correligionários, de qualquer matiz, para tratar da sucessão estadual. Antes, quando algum deles o abordava, a resposta adiava a continuação da conversa para 2014. Agora, ele tem sempre dito que, além de estar muito cedo para cuidar do tema, deve aguardar a manifestação das oposições a fim de saber quem vem a ser delas, o pretendente ao seu lugar no Palácio da Abolição.
Inácio Arruda, que quer estar na chapa, testemunha a conversa de José Pimentel e Eunício Oliveira, também postulante ao Governo FOTO: KLEBER A. GONÇALVES
Sabe bem, o chefe do Executivo cearense, não ter, no momento atual, o restrito campo oposicionista no Estado, um nome capaz de ser apresentado como competitivo na disputa eleitoral de 2014. E estabelecendo esse marco (o do lançamento do candidato adversário), como fincado já está, Cid adia uma decisão a ser tomada por ele, no seleto grupo da sua privacidade, e deixa todos os ansiosos pretensos candidatos, dentro e fora do PROS, senão imobilizados, mas sitiados num pequeno campo, sem condições de manobras capazes de alterar o planejado.
Tem sido característica de Cid, desde quando decidiu ser governador do Estado, deixar para o último momento a conclusão do projeto, por ele próprio arquitetado, de formatação das chapas majoritárias. Em 2006, o candidato ao Senado, Inácio Arruda, só foi incorporado à chapa momentos antes da convenção que a homologou. Em 2010, quando da reeleição, o vice-governador Domingos Filho, na época presidente da Assembleia Legislativa, foi escolhido também muito próximo do limite.
Nas duas últimas eleições municipais, em Fortaleza, já como governador, teve o problema da indicação do nome do vice de Luizianne, Tin Gomes, de início rejeitado por ela. O nome dele só foi oficializado após a convenção petista.
Estratégia
Tin não era do partido de Cid, naquela oportunidade no PSB. O vice de Luizianne foi indicado por Cid, tirado dos quadros do PHS. Já em relação a 2012, a falta de entendimento do governador com a prefeita, levado até os instantes finais da escolha dos candidatos, acabou por se dar o rompimento e Roberto Cláudio, então no PSB, se elegeu o prefeito da Capital.
A estratégia de Cid, para escolher os seus candidatos, se deixa com amarras os pretensos postulantes do seu grupo, também cria dificuldade para a própria oposição, pois sem saber quem são os nomes e o tamanho da aliança do Governo, experimentará uma inibição geral nas suas hostes, e como consequência, mais dificuldade de formatar uma chapa. A disputa de 2010, ainda deve estar viva na memória dos mesmos contrários ao atual governante. Eram de muito pequena expressão eleitoral os candidatos apresentados para enfrentá-lo na reeleição.
Faz falta
O governador, com alguns percalços, até pelo fato de provavelmente ficar sem um mandato, ainda formará uma ampla aliança em apoio ao candidato que escolher para disputar a sua sucessão. Mas só alcançará esse patamar, exatamente pelo fato de não ter oposição no Estado.
A exceção do deputado estadual Heitor Férrer (PDT), dissidente no seu partido, para manter o comportamento crítico ao Governo estadual (o partido forma na base de Cid), pelo menos dentre os detentores de mandatos, não se levanta uma voz oposicionista de envergadura, alguém que faça um pronunciamento sequer, analisando o Governo, levantando dúvidas, questionando ações ou procedimentos da administração, enfim, fazendo realmente oposição, estabelecendo o contraditório daquilo que o governante apresenta como o melhor.
Faz falta uma oposição séria, competente, merecedora de respeito. Os governos precisam de oposição, mas infelizmente a grande maioria quer ser mesmo é cortesã, prejudicando o governante, por estar sempre incensado e a sociedade que deixa de ter mais e melhores serviços públicos. E a minoria restante, guardada as devidas exceções, vai para a oposição, não só pelo fato de o eleitorado tê-la colocado lá, mas, em várias outras oportunidades pelo interesse contrariado nos campos da política ou da administração, por isso a produção de discursos rancorosos, sem qualidade, fica desacreditado e se torna inútil, principalmente para eles próprios.
EDISON SILVA
EDITOR DE POLÍTICA
CAMOCIM INFORMADOS
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