segunda-feira, 16 de setembro de 2013

PROGRAMA FEDERAL


NE obtém mais bolsas do Ciências sem Fronteiras

Até agosto, foram 547 oportunidades para cada 100 mil universitá- rios do Nordeste, contra 509 do Sudeste

São Paulo. Historicamente menos prestigiado nas políticas de ensino superior, o Nordeste enviou o maior número de graduandos para o exterior pelo programa Ciência Sem Fronteiras, em relação ao número de estudantes da região. Até agosto, o governo concedeu 547 bolsas para cada 100 mil universitários nordestinos, contra 509 no Sudeste. As bolsas oferecidas pelo Brasil somam quase 37,8 mil - das 101 mil prometidas até o ano de 2015.

As áreas de ciências exatas e da saúde, além de engenharias e tecnologias são priorizadas na iniciativa federal foto: Silvana Tarelho

Especialistas apontam que ainda é cedo para determinar impactos no desenvolvimento científico-tecnológico das instituições nordestinas. A expectativa mais imediata é de que as bolsas favoreçam a internacionalização das universidades locais e incrementem o repertório dos estudantes.

“Não dá para quantificar os resultados. Mas é uma mudança que amplia os horizontes dos alunos, com um custo que não é alto”, avalia Cláudio de Moura Castro, que é especialista em Educação. 

Para o professor de Economia da Universidade de Brasília, Jorge Nogueira, é razoável atender Estados que concentram menos recursos. “A tendência de redistribuição do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) começou há quase 40 anos. Se considerarmos somente o número de pesquisadores e publicações científicas, o eixo Rio-Minas-São Paulo leva a maioria dos incentivos”, disse Nogueira. 

Outra aposta é que a vivência dos estudantes no exterior qualifique o mercado de trabalho regional. “Eles se formarão como profissionais mais competitivos”, prevê a diretora de relações internacionais da Universidade Federal de Pernambuco, Maria Leonor Maia.

Aluna de Engenharia de Materiais na Universidade Federal do Sergipe (UFS), Silmara Caldas, de 23 anos, ficou seis meses nos EUA. “A UFS não oferecia muitas bolsas antes do Ciência Sem Fronteiras e viajar por conta própria seria complicado”. 

Ela gostou tanto do intercâmbio que pretende repetir a dose: se inscreveu em outro edital do programa para uma pós em Bioengenharia. 

Recém-chegado da Holanda, Clécio Santos, de 22 anos, também elogia a experiência. “Comparando o que existe lá com nossa realidade, ficamos com vontade de fazer mais pelo País, de mexer na sociedade”, diz o estudante de Ciência da Computação da Universidade Federal da Bahia, que também cogita um mestrado no exterior. 

As áreas prioritárias são: ciências exatas (matemática e química), engenharias, tecnologias e ciências da saúde. O programa mantém parcerias em 35 países. 


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