Tem médico. Mas esta mãe vai voltar com a filha doente, porque o CRM quer
23 de setembro de 2013 | 15:15
Os médicos estrangeiros estão chegando aos seus locais de trabalho.
Mas não podem trabalhar.
Os pacientes estão lá, nas filas, muitos com o filho doente no colo.
Mas não podem ser atendidos.
O Conselho Federal de Medicina finge que cumpre a ordem judicial que obriga à concessão de registro aos “estrangeiros” – boa parte deles, brasileiros, formados no exterior – e os Conselhos Regionais nem fingir, fingem.
Ah, estes médicos não são bons, não têm qualidade.
Quem tem qualidade são as moscas, as lombrigas, as purulências?
Na paupérrima Barras, no Piauí, os doutores cubanos Omar Diaz Barrios e Olivia Rodriguez González estão prontos para trabalhar, mas o CRM piauiense nao lhes deu o registro.
O CRM do Piauí é muito criterioso, tanto que não cassou o registro do médico Marcelo Martins de Moura, que matou cinco pessoas - uma delas uma criança de três anos – dirigindo embriagado sua Hilux e fugiu sem prestar socorro.
Os doutores decidiram que como ele estava dirigindo, não estava trabalhando, não poderia ser punido.
Quem sabe o CRM do Piauí não topa deixar que Omar e Olivia cuidem das pessoas “de folga”, apenas por solidariedade humana?
Talvez daqui a três dias ou uma semana os senhores concedam o registro determinado pela Justiça. Sabem que terão de fazê-lo e procrastinam para sabotar o programa.
Enquanto isso, Anatacha Sousa Oliveira, que levou sua filha Kaukane de Sousa Oliveira,de sete meses, ao Centro de Saúde de Barras e voltou sem atendimento para casa, com um bebê tossindo e febril, fica esperando.
Infelizmente, ela não pode fazer mais que exibir sua angústia e abandono. Porque ela é quase uma criança, tão frágil, impotente e desvalida que nem mesmo pode fazer o que uma mãe faria com quem impede seu filho de ser atendido na doença.
Por: Fernando Brito
CAMOCIM INFORMADOS
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