Apesar do crescimento econômico do
setor calçadista negociações com a Democrata não
avançam.
Empresa se recusa a conceder
alimentação, cesta básica e piso salarial abaixo da expectativa dos
trabalhadores.
No dia 13 de agosto, ocorreu nossa última reunião com a
Democrata, na Superintendência Regional do Trabalho. Mais uma vez, a empresa se
fez representar apenas por um advogado, sem nenhum poder de decisão. Aquilo que
os donos da empresa decidiram em São Paulo ele apresentou e não agradou nem um
pouco à direção do Sindicato.
As propostas que o
advogado da empresa apresentou foram a s seguintes: Piso salarial para os
trabalhadores de 695,00 Reais e 8% de reajuste para o gerente e demais chefes.
Propuseram um auxilio creche de 60,00 R$ por quatro meses após o retorno da mãe
trabalhadora da licença maternidade. Em relação a liberação para que dirigentes
sindicais de reuniões do Sindicato, propões seis vezes por ano para dois
diretores.
O sindicato propôs piso salarial de 715,00 Reais, retroativo
a primeiro de abril, condicionado cesta básica e alimentação no local de
trabalho fornecido pela empresa; auxilio creche de 60 Reais por seis meses após
o retorno da trabalhadora da licença maternidade; liberação de 03 dirigentes
sindicais 12 vezes por ano; ficou uma nova reunião agendada para o próximo dia
17 ás 08 horas e 30 minutos.
Faturamento
de quase oito bilhões
Setor calçadista do Ceará faturou 7,8
Bilhões de Reais em 2012
Informações do Anuário da Moda do
Ceará revela que o faturamento de 2012 foi 14,7% superior ao ano de 2011.
Os patrões têm chorado de barriga cheia. Segundo informações
do Anuário da Moda do Ceará, o setor calçadista vem apresentando ótimos
resultados nos últimos anos. Só em 2012 o faturamento foi de sete bilhões e
oitocentos milhões de Reais. Em 2013, a perspectiva é um faturamento 9,5%
maior.
A coisa é
tão boa para os empresários, que a cada dia mais empresas declaram intenção de
vir para o Ceará. Só para citar um exemplo: em eram 236 empresas calçadistas no
Estado. Em 2012 esse número já é de 315 empresas. Isso significa uma alta de
33,5%. Em 2012 essas empresas, ou melhor, os trabalhadores dessas empresas,
produziram 314 milhões e 300 mil pares de calçados. Essa produção foi 13,8%
superior à produção de 2011.
Em 2013, o
Instituto de Estudos e Marketing Industrial, órgão responsável por levantar os
dados estatísticos que contém no Anuário, o acréscimo na produção será em torno
de 7,1%. Segundo o mesmo Instituto, as importações vão aumentar em 21,9% e as
exportações crescerão na ordem de 2,8%.
E os trabalhadores,
como é que estão?
Vivemos uma enorme contradição. A riqueza patronal é
inversamente proporcional as nossas dificuldades. Enquanto eles enricam, nós
ficamos endividados e doentes. Os números dessa pesquisa estão aí para
confirmar. O nosso salário é um dos mais baixos do Brasil. Não temos cesta
básica. Não temos alimentação no local de trabalho. Uma quantidade enorme de trabalhadores adoecem
acometidos de doenças profissionais e muitos são vítimas de assédio moral. E
para completar ainda demitem dirigentes sindicais. É por isso que muitas
empresas querem vir pra cá. Queremos que elas venham porem queremos que nossos
direitos sejam respeitados.
Queremos piso de 715 Reais, cesta básica, fornecimento de
merenda e almoço e o direito a livre organização sindical. Nossa luta vai
garantir isso. Queremos trabalho digno, más queremos respeito. Queremos a carga
horária reduzida. Abaixo a exploração. Dignidade para quem a produz a riqueza.
CAMOCIM INFORMADOS
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