A Polícia Militar do Maranhão deflagrou uma paralisação por tempo indeterminado em assembleia geral na noite desta quarta-feira (26). Ainda ontem, um grupo com cerca de 100 PMs acampou no estacionamento da Câmara municipal de São Luís. Mulheres e filhos dos policiais se juntaram ao grupo na manhã desta quinta-feira e mais policiais se juntam ao movimento na sede do parlamento municipal da capital maranhense.
A categoria alega que a governadora Roseana Sarney (PMDB) não cumpriu acordo feito em 2011 de reajuste e as condições de trabalho precárias. O Coronel Melo, que foi demitido do posto de Comandante do Policiamento do Interior após criticar o governo Roseana, afirmou que a governadora não investe em segurança pública e desvaloriza os profissionais que fazem a segurança do cidadão. “O aumento salarial, as condições de trabalho, fardamento, equipamentos são algumas das reivindicações das associações. É preciso que os governantes valorizem a categoria. A Polícia militar que tem o conhecimento para combater a criminalidade. Se o governo investe mais em segurança privada do que em segurança pública, certamente existe a desvalorização da categoria”.
Ainda ontem, um grupo com cerca de 100 PMs acampou no estacionamento da Câmara municipal de São LuísFoto: Clodoaldo Corrêa / Especial para Terra |
Outro líder do movimento, Soldado leite, chegou a ficar três dias preso por insubordinação. Leite reafirma que a manifestação é pelo reajuste salarial e por condições de trabalho para os policiais. “Nosso armamento é o que foi descartado pela polícia de São Paulo. O armamento tem mais de dez anos de uso. Não temos fardamento, não temos viaturas suficientes. Queremos que o governo cumpra o acordo salarial e queremos ter condições de levar segurança para a população”, afirmou.
Nos municípios de Imperatriz, Timon, Caxias, Bacabal, Matões e Parnarama os policiais também já estão aquartelados. Os militares reclamam do reajuste de apenas 7% concedido pela governadora Roseana Sarney à categoria. Segundo os policiais, não se trata de aumento, mas de reposição salarial, pois refere-se a perdas salarias e não a aumento real de vencimentos.
Com menor efetivo de policial do país, os policiais militares maranhenses pedem implantação de reajuste de 18% (mesmo percentual que foi concedido a servidores de outras categorias) e das perdas salariais, além de mudanças nos critérios de escalonamento, promoção e jornada de trabalho, adicional por periculosidade, substituição dos coletes balísticos e das munições que estão sendo usados com prazo de validade vencido. Falta armamento e até fardas para os policiais.
Em nota, o governo do Maranhão afirmou que efetua uma política de valorização dos PMs e da continuidade nas ações de investimento na Segurança Pública do Maranhão. “O Governo do Estado garantiu ainda um pacote de benefícios para os policiais. Entre as medidas, a aprovação de lei que garante ao policial levar para a reserva a mesma remuneração da última patente, mesmo que não fique por cinco anos em exercício no último posto”, afirma a nota.
Fonte: Terra
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