O Governo Federal propõe salário mínimo de R$ 779,79 para 2015 no último ano de sua política de valorização, que tem renovação defendida pelas centrais sindicais. A proposta foi encaminhada ontem ao Congresso Nacional, no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2015 (LDO-2015).
Para chegar a esse valor de R$ 779,79, o governo considera um crescimento econômico de 2,3% de 2013 e a previsão de inflação acumulada nos últimos 12 meses. O valor representa um aumento de 7,7% sobre o atual salário mínimo, R$ 724. A correção é definida pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior, somada ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, o que proporciona ganhos reais para os assalariados. O piso acumula ganho real de 72%, desde 2002.
Para o supervisor Técnico do Escritório Regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Ceará (Dieese-CE), Reginaldo de Aguiar, o reajuste pela regra atual é uma conquista da sociedade. Ele não acredita que o aumento provocará pressão inflacionária no ano que vem. “Já tivemos reajustes com variações maiores, como os 14,3% de 2011, e todos foram beneficiados”.
Observa que esses aumentos do mínimo representam maior renda para a população mais pobre e têm efeito dinâmico interessante para economia. “Serve para comprar comida, roupa e remédio”, diz, ressaltando que o crescimento aumenta o consumo.
O economista Ediran Teixeira diz que a ideia é que essa política de valorização do salário mínimo siga até 2021 para que atinja o valor que garanta o poder de compra do salário de 1940.
O economista do Centro de Economia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcel Grillo Balassiano, avalia que o aumento também traz custos para os governos. “Impacta as contas públicas com aumento de gastos com Previdência Social, seguro-desemprego e assistência social, diminui a produtividade da indústria e pressiona a inflação”, pontua, considerando que o salário mínimo (que tem um peso próximo de 10,0% no índice cheio da inflação), é um dos principais subitens do setor de serviços, que por sua vez é um dos maiores itens do índice cheio da inflação. (Artumira Dutra)
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