sexta-feira, 15 de novembro de 2013

José Genoíno, a velha mídia e o STF:

quem será condenado pela História?

                  “Fui condenado previamente em uma operação midiática inédita na história do Brasil. E me julgaram em um processo marcado por injustiças e desrespeito às regras do Estado Democrático de Direito.”

por Rodrigo Vianna

José Genoíno foi preso no Araguaia, nos anos 70. Preso e torturado pela ditadura militar. Na época, era do PCdoB. Ao fim da ditadura, ajudou a fundar o PT, e foi dos mais importantes parlamentares da história petista.

No dia 15 de Novembro de 2013, volta à prisão. Desta vez, vítima de um processo em que a Justiça – sob intenso cerco midiático – condenou sem provas Genoíno e José Dirceu.

Genoíno apresentou-se à Polícia Federal, e deve cumprir pena em regime semi-aberto.

Certamente, o líder petista cometeu vários erros em sua longa trajetória – como qualquer um. Mas num país em que banqueiros são soltos com HCs suspeitos, num país em que jornalistas e revistas em concubinato com o Jogo do Bicho seguem a ditar regras, num país em que jornais que apoiaram o golpe militar fazem papel de vestais da República, num país em que privatas e vendedores do patrimônio público desfilam pelos salões da elite, nesse país a prisão de Genoíno é um símbolo de injustiça.

O PT abriu mão do confronto nos últimos anos. Líderes do partido fizeram de tudo para acalmar e tourear a velha elite. Cederam em quase tudo. Ainda assim, seguem a ser vistos como “intrusos”, num país desde sempre comandado por fazendeiros (sejam eles proprietários da terra, ou do ar por onde viajam as ondas de rádio e TV) e coronéis (sejam eles fardados, ou engravatados a comandar redações onde a Casa Grande dita suas regras para a Nação).

Genoíno é um símbolo de injustiça. Ao ser preso, divulgou a seguinte nota:

“Com indignação, cumpro as decisões do STF e reitero que sou inocente, não tendo praticado nenhum crime. Fui condenado por que estava exercendo a Presidência do PT. Do que me acusam? Não existem provas.O empréstimo que avalizei foi registrado e quitado.

Fui condenado previamente em uma operação midiática inédita na história do Brasil. E me julgaram em um processo marcado por injustiças e desrespeito às regras do Estado Democrático de Direito.

Por tudo isso, considero-me preso político.

Aonde for e quando for, defenderei minha trajetória de luta permanente por um Brasil mais justo, democrático e soberano.

(a) José Genoino”.

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