sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Sapateiro sofre violência policial no RS

SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DE CALÇADOS NO ESTADO DO CEARÁ        




Sapateiro Jair Antônio da Costa: violência policial e impunidade no RS

 Por Antonio Laudenir

O sapateiro e dirigente do Sindicato dos Sapateiros de Igrejinha, Jair Antônio da Costa, foi
morto por policiais militares em setembro de 2005, enquanto participava de mobilização de
trabalhadores do setor coureiro-calçadista. Ao todo, nove pessoas foram apontadas pela justiça
como autores da morte de Jair. Até hoje, nenhum envolvido no crime foi preso.

Jair era diretor de esportes e lazer da entidade, e era reconhecido como um companheiro
atuante e defensor da luta de sua categoria. Em junho de 2009, a juíza Paula de Mattos
Paradeda, da Vara Criminal de Sapiranga, decidiu que os envolvidos deviam ir a júri popular,
mas os réus recorreram ao Tribunal de Justiça.

 Dois anos depois, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul julgou o
recurso do desembargador Newton Brasil Leão e manteve a decisão pelo júri popular. Como a
decisão não foi unânime, isto abriu a possibilidade de um recurso conhecido como “embargos
infringentes”, com isso, em 2012, o julgamento sofreu outro adiamento.

 Entenda o caso:

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Escrito por Administrator
Seg, 14 de Outubro de 2013 17:07 - Última atualização Ter, 22 de Outubro de 2013 20:22
 No ano de 2005, o polo industrial do Vale dos Sinos no Rio Grande do Sul foi duramente
atingido pela crise da baixa do dólar. Como boa parte da produção era voltada às exportações,
trabalhadores das cidades de Sapiranga, Novo Hamburgo, Dois Irmãos e Parobé sentiram de
forma pesada, a decisão dos empresários pela demissão de trabalhadores.

 Por conta desta crise, organizações sindicais organizaram um ato em meio à BR 230, em
Sapiranga, no dia 30 de setembro. Cerca de três mil pessoas, em sua grande parte compostos
de trabalhadores de “chão de fábrica” compareceram ao protesto que transcorreu
tranquilamente.

 Por volta das seis da tarde, quando a multidão já se dispersava, seis policiais do 32º
Batalhão da Polícia Militar de Sapiranga abordaram Jair, acusando-o de ter roubado a chave
de uma moto da polícia. Desconhecendo o fato, Jair tentou resistir à voz de prisão e foi
cercado, imobilizado e algemado. Para afastar a multidão, os policiais apontaram suas armas.

 De posse dos policiais, Jair era agredido e tinha um cassetete pressionado conta o pescoço
até se debater e cair desfalecido.

 Desacordado, o sindicalista foi levado para o Hospital Beneficiente Sapiranguense, durante
uma hora a equipe médica tentou reanimá-lo, sem sucesso. O laudo médico apontou como
causa da morte: “asfixia mecânica causada por uma contusão hemorrágica da laringe e
traumatismo cervical”. Com apenas 31 anos de idade, o sapateiro foi enterrado no dia seguinte
no Cemitério Católico de Igrejinha, diante de centenas de pessoas.

 Parte das informações sobre o crime contra o sapateiro Jair foram retirados do livro
“Plantados no Chão – Assassinatos Políticos no Brasil Hoje” (Editora Conrad), de autoria da
jornalista Natália Viana. Em sua obra, Natália aborda outras histórias de violência política como
o da missionária norte americana Dorothy Stang e Anderson Amaurílio, vítima da repressão
policial contra o movimento estudantil.

CAMOCIM INFORMADOS

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