terça-feira, 29 de julho de 2014

MASSACRE DE EXTERMÍNIO

Massacre de extermínio
Numa circunstância específica de 2012, cheguei a imaginar que Gaza teria sido transformada na Guernica do Século 21. As atrocidades de Israel perpetradas contra o povo palestino em novembro daquele ano levaram a ter essa ilusão [“Gaza é transformada na Guernica do Século 21”].

Guernica, vale lembrar, a cidade-berço da cultura e da alma basca, foi devastada em 26 de abril de 1937 por ataques ferozes do Exército do General Franco com apoio das aviações de Hitler e Mussolini.

Foi um dos crimes mais bárbaros do século 20, somente suplantado em crueldade e monstruosidade pelo holocausto promovido pelos nazistas contra os judeus a partir de 1939.

Guernica, todavia, sobreviveu. Não só porque está eternizada na famosa pintura de Pablo Picasso, mas porque durante décadas o povo basco resistiu bravamente à extirpação de sua cultura, idioma, tradição, território. 
A Gaza de hoje, entretanto, desgraçada por monstruosidades somente equiparáveis às insanidades promovidas pelos nazistas contra os judeus, desfaz finalmente qualquer ilusão de que possa ser outra Guernica da tragédia humana. É ainda pior: está à beira do extermínio.
Não se trata de uma guerra, porque num lado tem um dos mais poderosos e sofisticados exércitos do mundo. No outro lado, um povo sem o direito de ter seu território, seu Estado e sua Nação – e sem exército.

Com a complacência criminosa da chamada comunidade internacional, na Faixa de Gaza está sendo praticado o massacre de extermínio do povo palestino numa aritmética macabra: 100 palestinos assassinados para cada israelense morto.

Coitados palestinos, que diante desse tenebroso massacre de extermínio sequer terão um Pablo Picasso para eternizar sua memória. Miserável humanidade, inerte e cúmplice de repugnante estupidez.
Artigo originalmente publicado em Carta Maior.

CAMOCIM INFORMADOS

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