terça-feira, 19 de novembro de 2013

Mergulhador americano morre ao tentar bater recorde em competição

Nicholas Mevoli, 32, tentou atingir 72 metros com uma única aspiração, sem nadadeiras ou oxigênio complementar 
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Enquanto Nicholas Mevoli, 32, flutuava de bruços no mar azul, tentando relaxar, suas expirações eram audíveis. A contagem regressiva tinha começado e ele se preparava para mergulhar em Dean's Blue Hole, na esperança de atingir 72 metros com uma única aspiração, sem nadadeiras ou oxigênio complementar. Ele começou a sorver o ar, tentando acumular o máximo possível de oxigênio em seus pulmões.
Às 12h25 da tarde de domingo (17), cercado por 15 outros atletas e observadores, assim como cinco mergulhadores de segurança, ele se virou e submergiu, primeiro o rosto, parecendo uma flecha humana disparada na escuridão daquele que seria o último mergulho de sua vida.
Os responsáveis pelo Vertical Blue, um campeonato de mergulho livre ou em apneia, monitoravam e anunciavam o progresso de Mevoli por sonar, e tudo prosseguia bem, até que ele teve problemas a 68 metros e parecia que voltaria. Mas, em vez de voltar à superfície, ele decidiu mergulhar de novo em uma tentativa de atingir sua meta, seu segundo recorde americano. Alguns de seus colegas atletas ficaram apreensivos, reconhecendo que a decisão dele era perigosa.
"Mergulhar nessa profundidade sem nadadeiras é um mergulho difícil, de grande esforço físico", disse Mike Board, o detentor do recorde britânico. "Eu pensei: ok, ele vai ter dificuldade para subir."
Ainda assim, Mevoli voltou à superfície por conta própria, após um mergulho de 3 minutos e 38 segundos. Foi quando o cenário se tornou de pesadelo.
Mevoli tirou seus óculos, fez um sinal de OK e tentou completar o protocolo de superfície que tornaria sua tentativa oficial, ao dizer "Eu estou bem". Mas ele não estava. Suas palavras saíram truncadas, seus olhos estavam arregalados e vazios. Ele se inclinou para trás para o oceano e perdeu a consciência, o que, apesar de alarmante, não é incomum em um esporte em que quase todos os atletas de ponta já perderam a consciência uma vez ou outra, mesmo que por apenas alguns poucos segundos. Mevoli não foi tão afortunado.
Cinco mergulhadores de segurança, um deles um paramédico australiano certificado em técnicas de suporte à vida, o ergueram até uma plataforma próxima onde a médica do evento, Barbara Jeschke, da Alemanha, tentou reanimá-lo.
"Há um problema com o pulmão dele", gritou Marco Cosentino, da Itália, um dos mergulhadores de segurança que acompanham o competidor em várias etapas para ajudá-lo a voltar à superfície em caso de problemas. Eles viraram Mevoli de lado, e sangue começou a sair de sua boca e a se acumular na plataforma, antes de se dissipar no mar.
Inicialmente havia pulso, apesar de às vezes fraco, às vezes forte. Após 15 minutos, não havia nenhum. A equipe cortou seu traje de mergulho e iniciou a reanimação cardiorrespiratória. As tentativas de ressuscitar Mevoli, que incluíram três injeções de adrenalina no local, prosseguiram sem sucesso por 90 minutos.
Mevoli, do Brooklyn, era relativamente novo no esporte. Quando ele mergulhou até 100 metros, em maio, ele se tornou o primeiro americano a quebrar essa barreira, sem auxílio. Ele usou nadadeira monofin naquele dia e completou o feito em 3 minutos e 45 segundos.
CAMOCIM INFORMADOS

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