quinta-feira, 8 de maio de 2014

SALÁRIO MÍNIMO RESPONDE POR 70% DA REDUÇÃO DA DESIGUALDADE. E AÍ, AÉCIO?

No blog cronicasdomotta
A valorização do salário mínimo na última década foi responsável por 70% da redução no coeficiente de Gini, que passou de 0,594, em 2001, para 0,527, em 2011. O índice mede a desigualdade de renda no mercado de trabalho e, quanto mais próximo de 0, menor a diferença entre os maiores e os menores salários. 
Essa é a conclusão do professor Naercio Menezes Filho, do Insper - Instituto de Ensino e Pesquisa, para quem a redução da desigualdade promovida pela valorização do salário mínimo é ainda mais evidente entre as mulheres. “Da redução do [coeficiente de] Gini no mercado de trabalho, o salário mínimo é responsável por cerca de 70%. O efeito é mais importante para as mulheres do que para os homens, já que há muitas mulheres ganhando salário mínimo, principalmente empregadas domésticas”, disse.
O professor participou do seminário Política de Salário Mínimo para 2015–2018: Avaliações de Impacto Econômico e Social, organizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) e pela Escola de Economia de São Paulo (Eesp-FGV).

Quem não está de acordo com ele é o candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, que já expressou publicamente a opinião de que o salário mínimo é muito alto no Brasil.
Seu principal assessor econômico, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, economista visceralmente ligado ao setor financeiro, dono da Gávea Investimentos e membro do Conselho de Administração do Itaú-Unibanco, também acha que a valorização do salário mínimo nos últimos anos só trouxe malefícios ao país.

No seminário que discutiu a distribuição de renda promovida pelo salário mínimo, o professor André Portela, da Eesp, avaliou que, nos últimos anos, a valorização tem beneficiado a população com renda intermediária e não os mais carentes. Portanto, de acordo com ele, a política econômica deveria investir em outros mecanismos de redução da desigualdade, como a ampliação de programas como o abono salarial e o Bolsa Família.
Já o professor Marcio Pochmann, da Universidade de Campinas (Unicamp), acredita que a valorização do mínimo precisa retomar o objetivo de quando o benefício foi criado, de ser um parâmetro para as necessidades de sobrevivência do trabalhador.


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