Por Altamiro Borges
As notícias sobre a crise da água em São Paulo são cada dia piores – mas a mídia tucana evita fazer marola, ou melhor, tsunami sobre a tragédia. Segundo reportagem da Agência Brasil, o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira atingiu novo recorde negativo neste domingo (11), de apenas 8,9%. “Em apenas um dia, o volume passou de 9,1% para a atual marca, a menor registrada até agora. No mesmo período do ano passado, o percentual era de 61,5%... O Cantareira abastece quase nove milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo. A situação é a pior desde que o sistema foi criado, na década de 1970”, informa a repórter Camila Maciel.
Diante deste quadro dramático, a Sabesp decidiu retirar água do fundo da reserva, o chamado volume morto. Ela prevê concluir a construção de dois canais de 3,5 quilômetros e a instalação de 17 bombas ainda nesta semana, ao custo estimado de R$ 80 milhões. A obra, porém, sofre duras críticas dos especialistas do setor, que afirmam que o uso do volume morto não resolverá a crise de abastecimento e ainda pode gerar graves problemas, inclusive de saúde pública. Temendo o pior, várias empresas instaladas em São Paulo já estudam medidas de emergência. O próprio Estadão, sempre afinado com os tucanos, deu a notícia neste domingo, mas sem fazer maior escarcéu – por motivos óbvios.
“A escassez de água e a possibilidade de racionamento, ainda que negada pelo governo de São Paulo, mobiliza setores da indústria e da agricultura das regiões abastecidas direta ou indiretamente pelo Sistema Cantareira. A maioria das empresas ampliou as medidas para economizar água e espera que a situação melhore em breve. Mas muitas estudam alternativas, como recorrer a caminhões-pipa”, relata a jornalista Cleide Silva. “A Rhodia, multinacional do setor químico, parou a produção por duas semanas na fábrica de Paulínia em fevereiro, quando a vazão do Rio Atibaia chegou a menos de 4 m³ por segundo”, o que inviabilizou a captação de água para resfriar as torres de destilação.
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