Média salarial no CE de R$ 1,36 mil é a pior do País
A cada 100 contratados em 2012, 44 possuíam nível superior. Dois anos antes, a cada 100 admissões, apenas 18 tinham nível superior
As informações sobre os salários em todas as grandes regiões brasileiras, no entanto, vieram de dados repassados por cerca de 156.616 empresas que estavam em funcionamento no Estado, de acordo com a pesquisa feita pelo IBGE. Todas elas foram listadas em 20 segmentos do setor produtivo local.
O mesmo Cempre de 2012 ainda apontou a existência de um pessoal ocupado - ou seja, que trabalha - de 1,5 milhão de pessoas naquele ano, das quais 1,3 milhão é assalariado.
Melhores e piores
Já entre as empresas investigadas dentro do Ceará, as que trabalham com eletricidade são as que melhor remuneram os funcionários. Em 2012, ano da pesquisa, a média foi de 8,8 salários mínimos (R$ 5.473,6). O top três de melhores salários foi completado pelo segmento de atividades financeiras, de seguros e serviços complementares, que teve média mensal de 7,5 salários mínimos (R$ 4.665); e também pelas indústrias extrativas, cuja média foi de 3,4 salários mínimos (R$ 2.224,8).
5,2 mi de empresas em 2012
O (Cempre) contava, em 2012, com um total de 5,2 milhões de empresas e outras organizações formais ativas. O número de pessoas ocupadas chegou a 46,2 milhões (o equivalente a 86,6%) e o de sócios ou proprietários, a 7,1 milhões (13,4%).
A pesquisa constatou também que, de 2011 para 2012, a participação de órgãos da administração pública apresentou redução passando de 18,1% para 17,2% o número de pessoal ocupado total.
Segmentos
O estudo do IBGE mostrou que, em 2012, as entidades empresariais representavam 89,9% das organizações cadastradas, respondendo por 76,3% do pessoal ocupado total. A seção comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas atingiu maior participação em três das quatro variáveis analisadas: número de empresas e outras organizações (41,8% do total), de pessoal ocupado total (22,2%) e de pessoal ocupado assalariado (19,1%). De acordo com o IBGE, essa seção aparece pelo terceiro ano consecutivo como a principal atividade absorvedora de pessoal ocupado assalariado, com 8,9 milhões de pessoas.
Diferença
Na avaliação dos técnicos do IBGE, em 2012, a diferença de pessoal ocupado assalariado foi ampliada a favor da seção comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que se consolidou na primeira colocação, com 573,2 mil pessoas assalariadas a mais (8,8 milhões de pessoas), em relação às indústrias de transformação, com 8,3 milhões de pessoas. O IBGE ressaltou ainda a participação da seção indústrias de transformação, que aparece na segunda colocação nas quatro variáveis analisadas, assim como nos dois anos anteriores: número de empresas e outras organizações (8,4%), pessoal ocupado total (16,7%), pessoal ocupado assalariado (17,9%) e salários e outras remunerações (19,1%).
Administração pública
A administração pública, defesa e seguridade social destacou-se com a maior participação em salários e outras remunerações (23,7%), contudo, assim como em 2011, manteve-se na terceira colocação em pessoal ocupado total (13,8%) e em pessoal ocupado assalariado (16,0%), "apesar de ter somente 0,3% das empresas e outras organizações ativas", aponta o estudo.
Governo paga 30% das remunerações
Rio. O governo é responsável por pagar quase 30% dos salários do País, segundo o Cadastro Central de Empresas (Cempre) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora represente apenas 0,4% das organizações do cadastro, a administração pública absorveu 19,9% do pessoal ocupado assalariado e pagou 29,8% dos salários e outras remunerações em 2012.
Os dados mostram que o governo - federal, estadual e municipal - pagou os salários médios mensais mais elevados, R$ 2.723,29, contra uma média de R$ 1.842,09 das entidades sem fins lucrativos e R$ 1.722,71 das empresas. "A administração pública tem salários mais elevados porque os funcionários têm qualificação maior. E, embora as entidades sejam poucas no total do cadastro, elas são grandes", justificou Bruno Rbisti, gerente do Cempre no IBGE.
O País ganhou empresas, empresários e funcionários na passagem de 2011 para 2012. No entanto, o salário médio mensal do trabalhador teve um ganho real de apenas 2,1%, caindo de 3,3 salários mínimos em 2011 (R$ 1.903,76) para 3,1 salários mínimos em 2012 (R$ 1.943,16). "O salário médio teve ganho real, mas não acompanhou o aumento do salário mínimo", confirmou Rbisti.
Folha de pagamento
Já a folha de pagamento de todos os ocupados subiu 7,1% em um ano, tanto pelo crescimento das remunerações como pela maior quantidade de trabalhadores. Em 2012, o Brasil tinha 5,2 milhões de empresas e outras organizações formais ativas, que ocuparam 53,4 milhões de pessoas: 46,2 milhões de funcionários e 7,1 milhões de sócios ou proprietários. Em relação a 2011, houve abertura de 66 mil novas companhias e mais 1,2 milhão de pessoas ocupadas.
O comércio manteve a liderança pelo terceiro ano seguido na absorção de pessoal ocupado assalariado, com 8,9 milhões de pessoas em 2012, 19,1% dos empregados do País. O setor deteve ainda o maior número de empresas (41,8%), mas apenas 12,1% da folha de pagamento e o terceiro pior salário médio (R$ 1.258,96). A atividade ficou atrás apenas de Alojamento e alimentação (R$ 947,87) e Atividades administrativas e serviços complementares (R$ 1.170,11). Os maiores salários foram pagos por Eletricidade e gás (R$ 5.968,28), Atividades financeiras (R$ 4.587,73) e Indústrias extrativas (R$ 3.899,12).
As organizações formais criaram 7,8 milhões de vagas assalariadas entre 2008 e 2012. O número de empregados saltou de 38,4 milhões para 46,2 milhões no período. Quase metade das novas vagas foi gerada em apenas três atividades: comércio, construção e atividades administrativas e serviços complementares. De todas as contratações feitas em 2012, pela primeira vez foram admitidas mais mulheres que homens. Também houve uma mudança significativa em relação à qualificação de mão de obra. A cada 100 contratados em 2012, 44 possuíam nível superior. Dois anos antes, a cada 100 admissões, apenas 18 tinham nível superior.
Fonte: Diário do Nordeste
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