Seis internautas que fizeram comentários discriminatórios contra nordestinos em matérias sobre acidente de ônibus terão sigilos quebrados
Seis internautas acusados de fazer comentários discriminatórios em matérias jornalísticas sobre o acidente com ônibus na BR-020, em Canindé, terão o sigilo telemático quebrado, conforme determinou ontem a Justiça Federal. O Ministério Público Federal (MPF) havia entrado com o pedido na última terça-feira, 20.
A quebra do sigilo dos IPs dos computadores dos usuários foi pedida pelo procurador da República Edmac Lima Trigueiro, autor de procedimento criminal que apura a conduta dos internautas. Do início do último domingo, 18, até o fim da tarde de segunda-feira, 19, o MPF identificou e coletou dezenas de comentários com insultos a nordestinos em portais de notícias que veicularam o acidente.
O juiz federal João Batista Martins Prata Braga determinou que seis pessoas tivessem o sigilo telemático quebrado, pois “inexiste outro meio apto a identificar os responsáveis pelo evento, devendo ainda ser considerado o fato de muitos usuários utilizarem-se de inverídicos dados cadastrais”.
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Em portais de notícias nacionais, vários internautas comemoraram a morte das 18 pessoas e atribuíam o acidente à ineficácia dos cearenses. A tragédia, que aconteceu no quilômetro 303 da BR-020, em Canindé, ainda deixou 21 pessoas feridas, segundo boletim divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O Ministério Público Federal não informou o conteúdo dos comentários, mas disse ter coletado “dezenas” de manifestações com insultos a nordestinos em portais que veicularam a notícia.
Edmac afirma que essa foi a primeira vitória para a apuração do caso e acesso à identidade dos acusados, que podem responder pelo crime de racismo.
Se condenados, cada um dos internautas pode pegar dois a cinco anos de prisão em regime fechado, por se tratar de crime inafiançável. “Considero isso um fato gravíssimo. Vamos nos empenhar para descobrir a autoria destes comentários e fazer estas pessoas responderem por seus atos”, declarou o procurador Edmac Lima Trigueiro ao O POVO.
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FONTE: O POVO
CAMOCIM INFORMADOS
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