Com maior ou menor tempo de governo, as oligarquias municipais no Estado caracterizam um típico domínio "absoluto" de poder no Interior do Ceará
Ainda com mais força do que na esfera da política estadual, é no âmbito dos municípios que as oligarquias se constituíram -e se constituem - no Ceará. Na última matéria da série “100 anos da oligarquia de Accioly”, O POVO traz um apanhado das principais oligarquias municipais que fizeram ou ainda fazem parte da vida política cearense.
Ao amarrar seu jumento na cerca do curral, o agricultor passava, quase que imediatamente, para o local da votação. Era chegada a hora, no longínquo ano de 1900, da eleição para governador do Ceará. Em troca de calçados, vestimentas, moradia ou até de alimentação, a solução era mesmo votar no nome ordenado pelo coronel, dono da fazenda, que não dava trégua e colocava seus capangas para vigiar todo o processo. E não bastasse a submissão dos eleitores, as eleições eram fraudadas, afinal, valia “tudo” para manter a oligarquia no poder.
Foi assim quando o comendador Antônio Pinto Nogueira Accioly, ex-senador no tempo do Império, passou a dar as cartas, por 16 anos, no Ceará. Com características de nepotismo (emprego de parentes nos cargos públicos), corrupção e autoritarismo, o longo mandato acciolino iniciou a política de oligarquias no Estado, que mal sabia, à época, vivenciaria ainda outros processos semelhantes a esse.
Hoje, 100 anos depois da queda da oligarquia de Nogueira Accioly, o que se pode perceber é que as práticas políticas no Ceará dão sinais de que não romperam com o clientelismo e com a concentração de poder, remanescentes da República Velha.
O antigo modo de fazer a política do “vale tudo” para não perder o comando do poder insiste em fazer parte da vida política cearense. Nos mesmos moldes, até hoje, têm-se notícias de in-
terferência direta de governantes nas eleições, bem como de empregos de recursos públicos em campanhas políticas milionárias.
terferência direta de governantes nas eleições, bem como de empregos de recursos públicos em campanhas políticas milionárias.
Fonte: O POVO
CAMOCIM INFORMADOS
A família Aguiar, no município de Camocim, tem o controle político do município por mais de meio século. Revezando-se no poder, a oligarquia só perdeu o comando do município nas eleições de 2004, para Chico Vaulino (PP) que venceu as eleições contra Antônio Alberto Rocha Aguiar, o Bebeto (PPS) na época, tio do deputado estadual Sérgio Aguiar (Pros), herdeiro político da família.
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