sexta-feira, 8 de agosto de 2014

PARA DIAP, OFENSIVA PATRONAL EM 2015 SERÁ 'ASSUSTADORA' E EXIGIRÁ BASE SOCIAL

Se a bancada trabalhista no Congresso não crescer na próxima legislatura, haverá risco de perda de direitos mesmo em um eventual segundo governo de Dilma Rousseff, alerta o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) Antônio Augusto de Queiroz. 
A questão está na distribuição de bancadas no Parlamento, hoje com ampla maioria patronal. "Tem projeto de tudo quanto é gosto para prejudicar os trabalhadores. Esse é o grande desafio. 

Se não houver base social, mesmo no governo Dilma a possibilidade de resistência será menor", afirmou o analista político, durante entrevista a veículos alternativos, organizada pela Agência Sindical e pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. "A investida patronal a partir do ano que vem contra os trabalhadores será assustadora." Ele observa que, atualmente, a correlação de forças já é desfavorável aos trabalhadores, com uma bancada empresarial três vezes maior no Congresso (273 a 91). 

Mesmo assim, houve uma série de avanços na atual gestão. "A bancada sindical foi muito ativa. Nenhum deles deixou de rechaçar ameaças ou apoiar medidas. Se não houvesse a pauta unificada das centrais, provavelmente muitos desses direitos não teriam se materializado. 

A despeito de haver visão política distinta, havia unidade de ação." As conquistas também se viabilizam, observa, quando ocorre algum "alinhamento" da equipe econômica com o setor produtivo. Queiroz chama a atenção para as propostas em jogo na atual eleição. 

Segundo ele, a manutenção de Dilma no Planalto representaria tensão "média" na relação entre governo e movimento sindical. Com Eduardo Campos (PSB), a tensão subiria para "alta", atingindo o nível de "altíssima" em uma gestão Aécio Neves (PSDB). Na avaliação do diretor do Diap, a eleição do tucano traria riscos claros a direitos sociais, como a política de aumentos sistemáticos do salário mínimo. "O principal conselheiro econômico de Aécio é Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central), que não esconde de ninguém que quer a desindexação total da economia", afirma. Pela definição do analista, Fraga não é apenas aliado, mas "cria" do mercado financeiro.


DIREITOS - O Diap elaborou um levantamento em que relaciona leis aprovadas nos dois últimos governos (Lula e Dilma) para mostrar que, mesmo sob críticas das centrais sindicais, vários itens foram aprovados no atual mandato. 
A relação para o período 2011-2014 inclui 12 leis e duas emendas, que incluem teletrabalho (Lei 12.555/11), ensino técnico (12.513/11), ampliação do aviso prévio (12.506/11), correção da tabela do Imposto de Renda (12.469/11), certidão negativa de débito trabalhista (12.440/11), continuidade da política de valorização do salário mínimo (12.382/11), vale-cultura (12.761/12), isenção de Imposto de Renda até R$ 6 mil no pagamento de participação nos lucros ou resultados (12.832) e combate ao trabalho escravo (Emenda 81/14), entre outros. 

Na análise de Queiroz, as queixas das centrais quanto à relação com o governo têm origem em características pessoais dos mandatários. Lula conhecia profundamente o mundo sindical e mantinha relações de amizade, recebendo com regularidade os dirigentes. Dilma, de trajetória distinta, de certa forma delegou essa tarefa à Secretaria-Geral da Presidência e ao Ministério do Trabalho e Emprego, tendo assim menos encontros pessoais com representantes das entidades, o que teria causado algum ressentimento. Outro item até agora não votado no Congresso, o Projeto de Lei 4.330, sobre terceirização, deve voltar a ser discutido logo no início do próximo ano legislativo. 

Para o diretor do Diap, a possibilidade de uma lei não (ou menos) prejudicial aos trabalhadores é "média" com Dilma e Campos, mas "baixíssima" no caso de Aécio. 
Ele observa que a regulamentação da terceirização "em bases precarizantes" é uma das três prioridades do setor empresarial, ao lado do Simples Trabalhista e do veto à Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), contra a demissão imotivada.

TERCEIRIZAÇÃO - A ofensiva em relação ao 4.330 no Congresso diminuiu com a mudança de alguns de seus principais "impulsionadores", os deputados Arthur Maia e Laércio Oliveira, para o Solidariedade, partido criado com base sindical. "Eles tiveram de recolher as armas. 
O próprio empresariado deixou isso em segundo plano para não expor seus aliados. Esse assunto no Congresso voltará em 2015 com muita força", observa Queiroz. 
Segundo ele, há ainda o risco de os empresários levaram a questão até o Supremo Tribunal Federal.

JORNADA - Antiga reivindicação sindical, a redução da jornada de trabalho é uma possibilidade com Dilma, desde que seja negociada. "Com Aécio, nem pensar", afirma Queiroz. 
A alternativa, no primeiro caso, seria diminuir a jornada aos poucos – Queiroz cita como exemplo uma redução de uma hora a cada dois anos, para chegar às 40 horas semanais em oito anos. "Com a correlação de forças que existe no Parlamento, nenhum governante conseguirá fazer de uma só vez."


PREVIDÊNCIA - O fim do fator previdenciário, outro item da pauta das centrais, também é um tema difícil de ser resolvido. "O movimento sindical insistiu na revogação pura e simples", lembra Queiroz, acrescentando que essa alternativa se mostraria inviável para a Previdência. 
"O governo estava disposto a suavizar os efeitos do fator previdenciário." Uma ideia que chegou a ser discutida foi estabelecer uma transição, como a fórmula 85/95 (soma dos tempos de serviço e idade de mulher e homem, respectivamente). 

O diretor do Diap classifica como "perversa" a fórmula criada ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, que permitiu reduzir o valor das aposentadorias em até 50%. "Uma pessoa que começou a trabalhar aos 18 ganharia só 60% do que teria direito se aposentando aos 54 anos. Com essa transição, aos 57 anos ela receberia integralmente o valor. Algumas centrais se opuseram. Agora, todas estão de acordo." 

A questão a ser observada neste momento, aponta, é qual receita cada governo adotaria em caso de crise: um "ajuste fiscal drástico, com redução de emprego e salário e menos políticas sociais, com recessão" ou "políticas anticíclicas, com ampliação de programas sociais". 
Queiroz também manifestou preocupação com o que chama de "descrença generalizada" nas instituições, o que favorece os defensores da redução do papel do Estado. 

"Isso é trágico, porque não há solução para os problemas fora da política. Você desqualifica a política para qualificar o mercado. A política está sendo apropriada pelo mercado. Esse financiamento de campanha é uma temeridade."

Postado por 
Mundo do Trabalho

Camocim Informados

5 comentários:

  1. CONCORDO PLENAMENTE . POIS E MERECEDOR PELO TRABALHO QUE DESENVOLVER NO SINDICATO DOS VIGILANTES DE NITEROI .

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  2. PRESIDENTE DO SINDICATO DE NITERÓI: SR: CLAUDIO JOSÉ , MEUS PARABÉNS PELA LUTA ENCANSÁVEL EM PROOL DA CATEGORIA DOS VIGILANTES DO BRASIL . PELOS 30% DE RISCO DE VIDA , É AGORA NA LUTA PELO PISO SALARIAL NACIONAL DOS VIGILANTES DE R$ 3 MIL . ONDE VEM BUSCANDO VARIAS LIDERANÇAS: CUT , BANCARIOS , CNTV , DIAP , ETC... É POLITICOS DE GRANDES PERSONALIDADES: PRES: DILMA E EX/PRES: LULA . CLAUDIO JOSE , O SENHOR E UM GRANDE SINDICALISTA DOS VIGILANTES DESSE BRASIL . MEUS PARABENS .


    MARQUES - CONCORDO PLENAMENTE . POIS E MERECEDOR PELO TRABALHO QUE DESENVOLVER NO SINDICATO DOS VIGILANTES DE NITEROI

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  3. a petrobras , só e uma grande empresa multinacional . conhecida no mundo todo . graca a força de trabalho dos funcionários terceirizados . o ouro negro da petrobras só serve para ´pagar milhões em propagandas e programas sociais . mas para incentivos para os funcionários terceirizados nenhum . não temos ( plr ) participação nos lucros e resultados , 30% de premio , ajuda de custo no ticket alimentação de r$ 500,00 , convenio com senai para os funcionários terceirizados fazer curso para trabalhar nos estalheiros , ter direito a estudar na faculdade petrobras ou particular paga pela petrobras , não temos elogios e nem certificados de reconhecimento pelo bom serviço prestado a petrobras . quando você e desligado do quadro de funcionarios terceirizados da petrobras voce não tem uma carta de bons serviço prestado para petrobras

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  4. ATENÇÃO : PORQUE A PETROBRAS NÃO PAGA ( PLR ) , Participação nos Lucros e Resultados . PARA OS VIGILANTES DE EMPRESAS TERCEIRIZADOS .

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  5. ATENÇÃO : PORQUE A PETROBRAS NÃO PAGA ( PLR ) , Participação nos Lucros e Resultados . PARA OS VIGILANTES DE EMPRESAS TERCEIRIZADOS .

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