terça-feira, 14 de maio de 2013

Capitão Wagner pede ao MP e PF que investiguem uso político de sistema de escutas telefônicas


O vereador Capitão Wagner (PR) afirmou que irá pedir ao Ministério Público Estadual (MP-CE) e Polícia Federal que investiguem suposto uso político do “Sistema Guardião” – equipamento do Estado usado para fazer escutas telefônicas – pelo Governo do Ceará. O vereador quer que os órgãos realizem auditoria completa no sistema, para saber quais são os números atualmente grampeados pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Na Câmara Municipal, Wagner fez menção à fala do deputado estadual Tin Gomes (PHS) na última sexta-feira, 10, ao questionar o deputado federal Eudes Xavier (PT) sobre a denúncia de espionagem contra o governador Cid Gomes (PSB).

“O senhor acha mesmo que se o governador quisesse espionar alguém ele precisaria contratar uma empresa, se ele tem aqui os guardiões?”, disse o deputado. Wagner condenou a possibilidade de uso do equipamento para perseguição de adversários políticos do Governo e cobrou investigação aprofundada sobre o caso.
O vereador disse ainda estar sendo vítima de perseguição da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar do Estado (Coin). Wagner disse que, na última segunda-feira, 13, foi seguido por dois veículos alugados pelo órgão da PM cearense.
A declaração foi feita na manhã de hoje, 14, quando Capitão Wagner divulgou dois Boletins de Ocorrência feitos ontem no 30º DP. Um se baseia na ameaça proferida pelo governador Cid Gomes na manifestação de domingo, ao afirmar que daria voz de prisão caso o parlamentar fizesse "confusão" em frente ao Batalhão de Policiamento de Eventos, no Tancredo Neves. No outro BO, Capitão registra a ameaça contra ele e sua família pelo fato de nas últimas semanas ser seguidos por dois veículos alternados: um corola prata, placa OIQ 7435 e um jeta preto, com numeração OHY 8335. Há indícios de que ambos sejam da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar (Coin), cuja coordenação pertence ao Major Henrique, acusado de ter participado do grupo de extermínio numa rede de farmácias, assassinado com um tiro de fuzil uma criança com um ano de vida, envolvido com escutas não-oficiais de autoridades cearenses, além de ser primo do Secretário de Segurança Pública do Estado, Cel Francisco Bezerra. Em nenhum dos casos foi aberta investigação, ao passo que contra militares que lutam por mudanças, de forma pacífica, são perseguidos: expulsos e transferidos. Na tribuna, Capitão Wagner informou que "se alguma coisa acontecer comigo ou com a minha família, a responsabilidade não é do governador Cid Gomes, mas do Secretário de Segurança e do Major Henrique. A eles, é que está confiada a segurança".

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