"Afastamentos ocasionados por doenças psicológicas cresceram 19,6%"
O dado foi apresentado pelo especialista em Administração Estratégica Vanderlei Cardoso dos Santos, no Fórum de Gestão Pública, da ABRH-RS.
Para o especialista em Administração Estratégica, Vanderlei Cardoso dos Santos, na área pública, não há práticas de gestão específicas, plano de contingência para atender e ações estruturadas para amenizar os casos de servidores com baixa produtividade em função de trabalharem doentes (presenteísmo). Além disso, há restrições ao turnover na equipe. O assunto foi debatido no painel O impacto do presenteísmo na área médica, nas equipes e nos gestores públicos, do Fórum de Gestão Pública. O evento, promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Rio Grande do Sul (ABRH-RS), também contou com a participação do médico do Trabalho Rogério Dornelles e da sócia diretora da Desenvolver Consultoria em Gestão de Pessoas, Cláudia Moura.
De acordo com uma pesquisa apresentada no evento e realizada pelo médico do Trabalho Rogério Dornelles, juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal do RS (Sintrajufe) e o Laboratório de Psicodinâmica da UFRGS, 48,6% dos oficiais de justiça apresentam algum indicativo de distúrbio psíquico. Ainda, 33,2% de todos os servidores da Justiça Federal tomam algum tipo de anti-inflamatório; 17,1% usam antidepressivo; 12% utilizam ansiolítico ou calmante e outros 12% tomam medicação para dormir. Ainda, dos mais de 3,7 mil entrevistados, 2,6% admitiram a ocorrência de discriminação por afastamento de saúde e 1,5%, por obesidade.
Conforme Dornelles, o estudo permite concluir que os indicadores de saúde pioraram nos órgãos judiciais em que já estava implantado o processo eletrônico. A pesquisa também levantou que a saúde piorou em função do maior controle, da determinação de metas inalcansáveis e do aumento da quantidade de trabalho. A painelista Cláudia Moura, sócia diretora da Desenvolver Consultoria em Gestão de Pessoas, completa que os fatores causadores do presenteísmo são a dificuldade de substituição do servidor, a percepção dos demais colegas e a consequente perda de credibilidade, além da desmotivação e da ocorrência de problemas com os superiores. A desmotivação, segundo Dornelles, é originada na falta de possibilidade de crescimento (45,7%), nas metas (25%), nas políticas de capacitação e de treinamento (24,5%) e na desvalorização social (18,7%).
Nesse sentido, Dornelles orientou a adoção de algumas alternativas para combater o presenteísmo tais como a redução da jornada de trabalho, a realização de pausas, a prática de um relacionamento interpessoal e direto, de uma relação de confiança e de respeito, da concessão de autonomia e de responsabilidade, da definição de tarefas a partir das habilidades e do conhecimento do processo de trabalho. Cláudia destaca que o líder precisa conhecer, verdadeiramente, a equipe para ajudá-la e resolver o conflito.
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Mário Luís
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