Após reuniões com representantes do setor de máquinas e equipamentos e de outras áreas da indústria, o governo indicou que pretende adotar em breve, possivelmente em julho, um programa para a modernização do parque fabril brasileiro, afirmou ao Valor Carlos Pastoriza, presidente eleito da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Chamado de Modermac, o programa prevê a concessão de crédito com juros mais baixos do que os praticados no Programa de Sustentabilidade do Investimento (PSI) para as empresas que adquirirem as máquinas novas, segundo Pastoriza. A proposta inclui o crédito fiscal de 10% do valor do novo equipamento para que a empresa que fizer a troca do maquinário possa abater de seus impostos federais. "Isso representará uma renúncia fiscal muito modesta e um ganho de produtividade enorme do portão para dentro da fábrica", afirma.
A presidente Dilma Rousseff, ministros e secretários disseram em reunião na última quinta-feira que o programa é de "máxima prioridade", diz Pastoriza. Desde que a Abimaq e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentaram o projeto, há cerca de um mês, foi designado um comitê para avaliá-lo. Pastoriza acredita que nas próximas semanas o programa "vai amadurecer" e que deverá ser anunciado no próximo mês.
"Estamos conversando com o presidente do BNDES, que tem papel fundamental no programa, e estamos muito esperançosos que num futuro próximo o governo já tenha como anunciá-lo. Talvez até no mês que vem", diz.
Hoje, a idade média das máquinas no Brasil é de 17 anos, segundo o presidente eleito da Abimaq. Muito acima da média da Alemanha, de quatro anos, e dos Estados Unidos, de sete anos. "A atual situação do parque fabril brasileiro rouba produtividade da indústria", afirma. Pastoriza defende que seja garantido o descarte das máquinas velhas para o sucateamento, para que o equipamento antigo não volte a ser usado.
Na avaliação dele, o Modermac pode ajudar a movimentar bilhões de reais no setor. A Abimaq estima que toda a frota de máquinas e equipamentos fabris no Brasil esteja avaliada em R$ 1,6 trilhão. "Desse parque fabril, cerca de 30% tem mais de 20 anos. Então R$ 500 bilhões poderiam ser trocados", afirma.
Fonte: Valor Econômico
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