quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Pesquisa revela perfil ético dos brasileiros no trabalho

O brasileiro costuma reclamar da corrupção e falta de ética na política. 
Mas será que no dia a dia, adota uma postura ética no trabalho? Para encontrar respostas para essa pergunta, consultoria ICTS elaborou a pesquisa “O perfil ético dos profissionais nas corporações brasileiras”, feita com 3.211 profissionais de 45 empresas brasileiras. 
De acordo com o estudo, apenas 11% dos entrevistados não seguem o código de ética da empresa em que trabalham. Por outro lado, 69% afirmaram ser flexíveis, e estar dispostos a agir de forma ética ou antiética de acordo com as circunstâncias.

Ética no trabalho 
A pesquisa levou em conta o comportamento dos profissionais diante de dilemas éticos como denúncias, furtos e suborno. Confira abaixo, os principais resultados do estudo.

Denúncia –  56% dos entrevistados somente denunciariam atos antiéticos cometidos por colegas de trabalho se fossem incentivados pela empresa. Entre as mulheres, essa proporção é de 61%, o que mostra que elas tendem a hesitar mais em relação à essa questão.

Convívio – 52% dos profissionais não teriam restrições em conviver em ambiente com atos antiéticos. O índice sobe para 55% e 59% para não graduados que ganham até R$ 3 mil por mês e níveis operacionais, respectivamente.

Atalho – Outro ponto abordado no levantamento é a questão do atalho dentro das corporações. De acordo com os resultados, 48% dos profissionais adotariam atalhos antiéticos para atingir suas metas. Este índice chega a 50% no caso dos homens e a 53% em adultos (maiores de 34 anos).

Furto – Em relação ao dilema ético do furto, 18% dos pesquisados admitem que furtariam valores consideráveis da organização. O índice é mais alto para homens (21%), nível operacional (24%) e não graduados (25%).

Suborno – Os dados apontam também que 38% dos profissionais aceitariam suborno para beneficiar um fornecedor dependendo das circunstâncias.Entre homens não graduados, essa procentagem é de 43%.

Presente – A aceitação de presentes também foi levada em conta na pesquisa. Cerca de 40% dos profissionais beneficiariam um fornecedor em troca de brindes. No nível operacional a taxa é elevada a 43%.

Informação – Segundo o estudo, 28% dos profissionais usariam informações confidenciais para proveito próprio ou para terceiros. Entre gestores e profissionais graduados, esse índice é ainda maior (32%).

Para o responsável pela pesquisa, Renato Santos, gerente da unidade de negócio Análise de Aderência à Ética Empresarial da ICTS, é importante que as empresas realizem a gestão da ética de forma clara, contínua e pragmática. “O primeiro passo para a prevenção (de comportamento ético incompatível com o da empresa) está na seleção de pessoas", diz. Segundo ele, também é necessário criar iniciativas que evitem uma mudança de comportamento dos funcionários, como um comitê de ética, canal de denúncias, entre outros.
Medidas como essas podem evitar possíveis fraudes contábeis ou mesmo favorecimento de fornecedores com orçamentos inadequados, por exemplo. De acordo com Santos, outro fator que tem contribuído para aumentar a demanda pela gestão da ética é o Projeto de Lei 6826/10, batizado de Lei Anticorrupção, que define a responsabilização administrativa e civil de empresas que pratiquem atos contras a Administração Pública nacional e estrangeira.


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