quarta-feira, 28 de agosto de 2013

EMPREGO

"Indústria estimula ações de melhoria"


O projeto "Educação para o Mundo do Trabalho" visa inserir profissionais mais qualificados no mercado

Cerca de 5,6 milhões de trabalhadores empregados atualmente na indústria brasileira não possuem o ensino médio. Outros 2,1 milhões de jovens, entre 18 e 24 anos, estão fora da escola ou sem emprego, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com base na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
           

Pesquisa diz que 5,6 milhões de trabalhadores empregados na indústria brasileira não possuem o ensino médio Foto: Divulgação
         
Com foco nesse nicho, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e o Serviço Social da Indústria (SESI) realizou ontem o lançamento regional do projeto "Educação para o Mundo do Trabalho", uma iniciativa da CNI que pretende construir uma agenda específica de trabalho com foco em ações que gerem resultados de melhoria do perfil educacional dos jovens.
             
De acordo com Francisco das Chagas Magalhães, superintendente regional do SESI, a ideia do projeto é que jovens sejam introduzidos de forma mais adequada ao mercado de trabalho. "Em um segmento cada vez mais competitivo, é preciso que a indústria conte com profissionais com um melhor nível de escolarização básica", conta.
    
Em todo o País, serão realizados encontros estaduais, nos quais, por meio de palestras, se buscará obter a adesão formal de parceiros ao programa. O programado é que em outubro aconteça o lançamento nacional do programa no País. "Estão sendo convidadas diversas entidades, como as secretarias de educação do Estado e Município, universidades, conselhos de educação, entre outros. Tudo que possam contribuir com a construção dessa agenda nacional", ressalta.
 
Resultados
 
As ações propostas deverão apresentar resultados de curto prazo, em ciclos de 12 e 24 meses, e prever, por exemplo, promover a articulação entre empresas e escolas. Conforme o superintendente, para a indústria brasileira avançar, é necessário estimular a qualidade da educação escolar básica, sobretudo em questões centrais, como domínio da língua portuguesa, da matemática e de ciências. "O intuito é mobilizar todo o continente possível para que a geração atual tenha melhores oportunidades e contribua para a modernização e a competitividade dos diversos setores da economia", comenta.
 
Competitividade
 
Relatório de 2012/2013 sobre competitividade global, organizado pelo Fórum Econômico Mundial, demonstra que, apesar de uma ligeira melhora nos últimos anos, da 64ª para a 48ª posição, o Brasil ainda ocupa patamar pouco favorável no conjunto de 144 países pesquisados.
 
Ao desagregar os componentes da competitividade, o relatório mostra que a maior fragilidade do Brasil está na qualidade da educação. No que diz respeito à qualidade do ensino fundamental, entre os países estudados, o Brasil ocupa a 126ª posição. Já na qualidade do sistema de ensino médio e superior e de treinamento, a posição é a 116ª.
 
"Estudos realizados pela CNI, mostram que a falta de trabalhadores qualificados afeta dois terços da indústria, atingindo, principalmente, a área de produção, como operadores e técnicos. Não se pode pensar numa indústria competitiva ou um trabalhador qualificado quando são apresentados esses dados", diz. 

Publicado em 28/08/2013 no Diário do Nordeste.
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