MP denuncia formação de cartel entre Detran e empresas de transporte intermunicipal

Na ação, subscrita pelo promotor de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, Ricardo Rocha, são citados como participantes das irregularidades os representantes legais da Fretcar Transportes, Locação e Turismo Ltda, União Transporte Interestadual de Luxo S.A. ( Util) e a Redenção Transporte e Turismo Ltda, bem como um ex-superintendente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE), João de Aguiar Pupo, denunciado por omissão.
A investigação do MP estadual acerca dessa licitação é antiga. Mas, além da ação civil pública, outra novidade no caso refere-se ao pedido feito na Justiça do benefício da delação premiada para as proprietárias da empresa Redenção, que apresentaram ao Ministério Público possíveis provas de fraude e formação de cartel. “Nessa ação, estamos inovando ao pedir o benefício do perdão judicial, por meio do recurso da delação premiada”, frisa Ricardo Rocha.
Aos promotores do Ministério Público, proprietários da Redenção repassaram um “protocolo de intenções e outras avenças”, no qual os empresários participantes combinaram previamente as condições para participação do certame licitatório, informou Ricardo Rocha.
Segundo ele, no “protocolo” os participantes do processo colocaram no papel e assinam todas as condições para que a empresa Redenção, concorrente do lote II da licitação Nº 002/2009, formando um consórcio com a empresa Util, desistisse da disputa desfazendo o consórcio, deixando que a empresa Fretcar (do mesmo grupo da Util) ganhasse a licitação.
Regras
O protocolo, hoje anexado à ação civil pública, oficializa a intenção de formar um cartel e fraudar a licitação para a concessão de operacionalização do transporte intermunicipal, conclui o promotor. “Protocolo de intenções era realmente para valer, porém a Fretcar não cumpriu as regras pela Fretcar após o certame”, cita o promotor. A cláusula primeira do protocolo de intenções explicita que, posteriormente ao resultado da concorrência, as linhas seriam assim distribuídas: Fretcar ficaria com a linha Fortaleza/Redenção, Fortaleza Barreira, Fortaleza/Guaramiranga (via CE-065), Fortaleza/Baturité, Fortaleza/Aratuba, Fortaleza/Guaramiranga (via CE-060), Baturité/Quixadá e Quixadá/Canindé.
O protocolo, hoje anexado à ação civil pública, oficializa a intenção de formar um cartel e fraudar a licitação para a concessão de operacionalização do transporte intermunicipal, conclui o promotor. “Protocolo de intenções era realmente para valer, porém a Fretcar não cumpriu as regras pela Fretcar após o certame”, cita o promotor. A cláusula primeira do protocolo de intenções explicita que, posteriormente ao resultado da concorrência, as linhas seriam assim distribuídas: Fretcar ficaria com a linha Fortaleza/Redenção, Fortaleza Barreira, Fortaleza/Guaramiranga (via CE-065), Fortaleza/Baturité, Fortaleza/Aratuba, Fortaleza/Guaramiranga (via CE-060), Baturité/Quixadá e Quixadá/Canindé.
A mesma cláusula prevê para a Redenção a operacionalização das linhas Fortaleza/Quixadá (via BR-116/BR-122), Fortaleza/Quixeramobim, Fortaleza/Milhã/Solonópole (via BR-116/BR-122/CE-060), Fortaleza/Pedra Branca (via BR-116/BR-122/CE-060), Fortaleza/Mombaça (via BR-116/BR-122/CE-060, Quixadá/Crateús, Quixadá/Limoeiro do Norte.
“Depois de muitas investigações, fizemos várias recomendações ao então superintendente do Detran-CE (João de Aguiar Pupo), porém não foi adotada nenhuma providência para resolver o caso”, lembra Ricardo Rocha. As despesas para a realização da concorrência, observa, foram ordenadas pelo Detran.
Por sua vez, João Pupo, atualmente secretário de Conservação e Serviços Públicos de Fortaleza, afirma que ao assumir a direção do Detran, em 2007, o fez “com o firme propósito de regularizar o sistema de transporte”, por isso sua determinação em realizar licitações públicas. Também admitiu ter recebido informações de irregularidades no certame, porém a prova, no caso um protocolo entre os responsáveis pelas empresas, “só me foi repassada pelo MP no dia 8 de julho passado, quando eu não era nem mais superintendente”, diz Pupo.
Já o Detran-CE, através de sua Assessoria de Imprensa, esclarece não ter sido notificado da ação judicial, assim não pode se pronunciar sobre o assunto. “Contudo, o processo de licitação foi finalizado há mais de três anos, gerando uma redução de 14% no preço da passagem”, ressalta o Detran.
Varas
Na ação do MP, que será distribuída em uma das varas da Fazenda Pública, além do ex-dirigente do Detran e dos proprietários da Redenção, é citado ainda Marco Petrônio Abreu Carlos, diretor da Fretcar e da Until. Ao ser procurado pela reportagem, o empresário encaminhou o assunto ao seu advogado, Fábio Ozório. “Diante da ausência de informações precisas sobre a denúncia, sem termos o conhecimento da mesma, resumo dizendo que a empresa já se defendeu na Justiça sobre as denúncias envolvendo possíveis irregularidades na licitação, sendo inocentada de qualquer prática ilegal até então”, comentou o advogado.
Na ação do MP, que será distribuída em uma das varas da Fazenda Pública, além do ex-dirigente do Detran e dos proprietários da Redenção, é citado ainda Marco Petrônio Abreu Carlos, diretor da Fretcar e da Until. Ao ser procurado pela reportagem, o empresário encaminhou o assunto ao seu advogado, Fábio Ozório. “Diante da ausência de informações precisas sobre a denúncia, sem termos o conhecimento da mesma, resumo dizendo que a empresa já se defendeu na Justiça sobre as denúncias envolvendo possíveis irregularidades na licitação, sendo inocentada de qualquer prática ilegal até então”, comentou o advogado.
O Ministério Público defende, ainda, que os envolvidos em atos de improbidade administrativa, que provocaram lesões ao erário, devem ter seus bens tornados indisponíveis até o julgamento final da ação.
A reportagem tentou contato com os responsáveis pela Redenção Transporte e Turismo Ltda, mas não conseguiu.
Fonte: Diário do Nordeste
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