“Para mim (a mudança no programa de Bláblárina) foi uma falha moral. Uma falha de princípios”, disse o escritor Milton Hatoum.
O escritor Milton Hatoum divulgou nota, nesta segunda-feira (1), em que retira o apoio a candidatura de Marina Silva (PSB) à Presidência da República.
A mudança de posição aconteceu após as alterações no Programa de Governo de Marina, que retirou parte importante sobre os direitos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais), após intervenção do Pastor Silas Malafaia no Twitter.
“Esse recuo é grave. Mais grave ainda quando se sabe que esse pastor, acho que é Malafaia, apoiou esse recuo. Foi só por isso que decidi: não vou votar nela”, disse o escritor ao Estadão.
Além disso, Milton Hatoum destacou a ênfase de Marina Silva na religião. Ou, como disse esse ansioso blog, a “roleta bíblica” da Bláblárina.
“Eu estava mesmo propenso a votar na candidata, mas diante dos últimos acontecimentos, da exclusão de alguns pontos do programa dela, eu simplesmente retirei o apoio. Não acredito na explicação de que houve uma falha processual na editoração do texto (foi alguma coisa assim que eles disseram, não?). Para mim foi uma falha moral. Uma falha de princípios. Falha nos princípios éticos, nos compromissos republicanos com um Estado laico. Eu não quero que o presidente da República seja refém de bancadas religiosas. Eu tenho pavor disso. Eu acho que a discussão econômica, macroeconômica, sobre os diferentes pontos de vista na condução da política econômica do País, sobre o tamanho do Estado, a reforma política, tudo isso cabe e deve ser enfatizado nas discussões. Mas quando se trata de uma interferência da religião no Estado, eu acho gravíssimo”, comentou o Hatoum, que elencou mais preocupações com uma possível vitória de Marina:
“O que eu pergunto é: como é que vai ficar a pesquisa científica diante desse compromisso com Deus, com o divino? A questão da célula tronco. Estou fora”.
Hatoum é um dos ficcionistas brasileiros mais importantes e premiados da atualidade. Clique aqui para ler mais sobre a carreira do escritor.
João de Andrade Neto, editor do Conversa Afiada
A mudança de posição aconteceu após as alterações no Programa de Governo de Marina, que retirou parte importante sobre os direitos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais), após intervenção do Pastor Silas Malafaia no Twitter.
“Esse recuo é grave. Mais grave ainda quando se sabe que esse pastor, acho que é Malafaia, apoiou esse recuo. Foi só por isso que decidi: não vou votar nela”, disse o escritor ao Estadão.
Além disso, Milton Hatoum destacou a ênfase de Marina Silva na religião. Ou, como disse esse ansioso blog, a “roleta bíblica” da Bláblárina.
“Eu estava mesmo propenso a votar na candidata, mas diante dos últimos acontecimentos, da exclusão de alguns pontos do programa dela, eu simplesmente retirei o apoio. Não acredito na explicação de que houve uma falha processual na editoração do texto (foi alguma coisa assim que eles disseram, não?). Para mim foi uma falha moral. Uma falha de princípios. Falha nos princípios éticos, nos compromissos republicanos com um Estado laico. Eu não quero que o presidente da República seja refém de bancadas religiosas. Eu tenho pavor disso. Eu acho que a discussão econômica, macroeconômica, sobre os diferentes pontos de vista na condução da política econômica do País, sobre o tamanho do Estado, a reforma política, tudo isso cabe e deve ser enfatizado nas discussões. Mas quando se trata de uma interferência da religião no Estado, eu acho gravíssimo”, comentou o Hatoum, que elencou mais preocupações com uma possível vitória de Marina:
“O que eu pergunto é: como é que vai ficar a pesquisa científica diante desse compromisso com Deus, com o divino? A questão da célula tronco. Estou fora”.
Hatoum é um dos ficcionistas brasileiros mais importantes e premiados da atualidade. Clique aqui para ler mais sobre a carreira do escritor.
João de Andrade Neto, editor do Conversa Afiada
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