domingo, 23 de junho de 2013

PM diz que grupos infiltrados tentam ‘destruir’ BH. Policiais cercam Centro

Comandante de batalhão afirma que redações de jornais e TVs seriam alvo de ataques

brasil-protesto-sao-paulo-20130622-41-size-598São Paulo – Manifestantes fazem protesto na Avenida Paulista contra a PEC 37, neste sábado (22) – Daniel Guimarães/AFP
A Polícia Militar mineira afirmou neste sábado que recebeu informações de que grupos organizados se infiltraram nas manifestações realizadas em Belo Horizonte com o objetivo de promover a “destruição da cidade”. De acordo com o coronel Antonio Carvalho, comandante do Batalhão de Policiamento Especializado da PM, entre os alvos dos vândalos estariam redações de jornais e de TV — que receberam proteção da PM. A Polícia faz cerco ao Centro da capital mineira para evitar violência.
Os protestos na capital mineira começaram de forma pacífica neste sábado, mas houve confronto com a Polícia e registros isolados de vandalismo. No início da noite, no bairro São Francisco, próximo à região da Pampulha, um grupo tentou atacar um quartel do Corpo de Bombeiros: a Polícia Militar e homens da Força de Segurança Nacional se dirigiram para o local e evitaram a ação. A Polícia Militar (PM) estima que o número de manifestantes que foram às ruas neste sábado pode ter ultrapassado as 60.000 pessoas.
A manifestação teve início por volta das 13h30 na Praça Sete, no centro da capital mineira. Em clima de festa, manifestantes promoverem roda de capoeira, oficina de confecção de cartazes e outras atividades. Dali, eles caminharam em direção à Pampulha, distante oito quilômetros. O objetivo: contestar os gastos públicos para a organização da Copa. O governo mineiro havia informado que não permitiria o acesso de manifestantes às imediações do Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão — onde seria realizada a partida Japão x México, pela Copa das Confederações.
Já na Pampulha, houve uma divisão dos manifestantes. Segundo a PM, uma parcela deles tentou furar o cordão de isolamento por volta das 16h, nas imediações da Universidade Federal de Minas gerais (UFMG) — a apenas 500 metros do Mineirão. Em seguida, começaram os disparos de rojões contra a Tropa de Choque, também atacada com pedras e bolas de gude. Os militares reagiram com bombas de efeito moral.
Por volta das 18h, a tensão crescia na região do cruzamento das Avenidas Antonio Carlos e Abraão Caran. A PM mantinha um cordão de isolamento, usando a cavalaria. Um helicóptero dava cobertura à operação. A Força afirma que isolou a área para reduzir os confrontos e impedir a ação de bandidos infiltrados entre os manifestantes: mascarados, eles atearam fogo em pneus e destruíram uma concessionária de veículos da marca Hyundai. Uma agência do Banco do Brasil e uma loja da montadora Peugeot também foram depredadas. Por volta das 19h, começou a dispersão em direção ao centro da cidade.
Duas cabines da PM foram incendiadas por vândalos, que também destruíram radares instalados na avenida Antônio Carlos. No entroncamento das Avenidas Antônio Carlos e Américo Vespúcio, houve outro confronto com militares, por volta das 20h. Um grupo voltou a atirar pedras e a polícia reagiu com mais bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.
O jornal O Estado de Minas informou que quatro militares ficaram feridos no confronto. Segundo o tenente-coronel Alberto Luíz, chefe de comunicação da PMmineira, um deles foi hospitalizado após levar uma pedrada no olho. O militar afirmou também que os manifestantes usaram bombas de fabricação caseira.
De acordo com o jornal, ao menos oito manifestantes ficaram feridos. Entre as vítimas, estão dois jovens que caíram do Viaduto José Alencar durante o tumulto ocorrido no local.
PM informou ainda que cerca de 500 manifestantes também protestaram na BR-040 e fecharam a via por cerca de 1h30, no sentido Rio de Janeiro. Além da capital, também são realizadas manifestações nos municípios mineiros de Contagem, Betim e Santa Luzia.
O protesto em Belo Horizonte é o maior entre os convocados para este sábado, um dia depois de a presidente Dilma Rousseff fazer um pronunciamento na TVem que propôs um pacto nacional para melhorar os serviços públicos. Dilma afirmou também que não vai tolerar atos de violência entre as manifestações.

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