Decisão do STF de pagar até R$ 4,3 mil de auxílio-moradia a magistrados e promotores foi tachada de injusta pelos populares ouvidos pelo A CRÍTICA
Decisão em caráter liminar emitida pelo ministro Luiz Fux, em setembro, desencadeou efeito cascata de pagamento do auxílio |
O pagamento de auxílio-moradia a todos os juízes e promotores do País foi criticado por populares ouvidos por A CRÍTICA, que classificaram a medida como injusta. O benefício foi assegurado a todos os magistrados brasileiros após decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) do dia 15 de setembro. A decisão desencadeou um efeito cascata que atingiu o Ministério Público e outros cargos públicos por conta dos princípios da simetria e paridade.
Vendedor ambulante há 26 anos, Luiz Lopes, 64, avaliou como errada a concessão do auxílio. “Eu sei que eles são autoridades no Estado, mas acima disso eles são a nossa referência de justiça, e isso não é justo. Completo 65 anos em 2015 e ainda não vou conseguir me aposentar. Com certeza eles moram em boas casas, com segurança, é uma injustiça pagar auxílio”, afirmou, Lopes.
O comerciante Jonas Rodrigues do Nascimento, 58, observou que a maioria da população se mantém com pouco. “Se a gente que ganha tão pouco por mês consegue se manter, por que eles que ganham em um mês o que muita gente não ganha em um ano ainda tem que receber isso? Auxílio-moradia é para desabrigado”, disse, Jonas.
A estudante Vivian Rebouças, 18, que pretende estudar Direito, reprovou a medida do STF. “Fico me questionando se os juízes e promotores estão pagando aluguel como muitas pessoas que conheço, daí poderia até fazer sentido receber auxílio-moradia, mas mesmo assim, jamais nesse valor”, defendeu, Vivian Rebouças.
Para a comerciante Angela Santana, 32, “auxílio-moradia é para quem não tem onde morar”. “Antes de ter a minha casa, eu morei dois anos de aluguel. Pagava R$ 300 por mês, nunca recebi nenhum auxílio além do meu salário ”, disse.
O presidente da Associação de Magistrados do Amazonas (Amazon), Ludimilson Sá, afirmou que o pagamento do auxílio-moradia é justo. “Só terá direito a verba os magistrados que não tem residência oficial. Isso vai beneficiar principalmente os juízes do interior, que não vão ficar mais à mercê do prefeito. O pagamento vai ser importante para manter a independência das decisões e do Poder Judiciário. É um pagamento justo. Em um momento que a corrupção se alastra pelo País e que tanta há complacência quanto a isso, eu não vejo nada de mais nesse auxílio. É uma gota d'água no oceano”, avaliou, o juiz.
CAMOCIM INFORMADOS
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