segunda-feira, 10 de novembro de 2014

POPULAÇÃO DO AM QUESTIONA O PAGAMENTO DE AUXÍLIO-MORADIA A JUÍZES E PROMOTORES DO BRASIL

Decisão do STF de pagar até R$ 4,3 mil de auxílio-moradia a magistrados e promotores foi tachada de injusta pelos populares ouvidos pelo A CRÍTICA

Decisão em caráter liminar emitida pelo ministro Luiz Fux, em setembro, desencadeou efeito cascata de pagamento do auxílio
Decisão em caráter liminar emitida pelo ministro Luiz Fux,
em setembro, desencadeou efeito cascata de pagamento do auxílio 
(Nelson Jr./STF)
O pagamento de auxílio-moradia a todos os juízes e promotores do País foi criticado por populares ouvidos por A CRÍTICA, que classificaram a medida como injusta. O benefício foi assegurado a todos os magistrados brasileiros após decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) do dia 15 de setembro. A decisão desencadeou um efeito cascata que atingiu o Ministério Público e outros cargos públicos por conta dos princípios da simetria e paridade.
Vendedor ambulante há 26 anos, Luiz Lopes, 64, avaliou como errada a concessão do auxílio. “Eu sei que eles são autoridades no Estado, mas acima disso eles são a nossa referência de justiça, e isso não é justo. Completo 65 anos em 2015 e ainda não vou conseguir me aposentar. Com certeza eles moram em boas casas, com segurança, é uma injustiça pagar auxílio”, afirmou, Lopes.
O comerciante Jonas Rodrigues do Nascimento, 58, observou que a maioria da população se mantém com pouco. “Se a gente que ganha tão pouco por mês consegue se manter, por que eles que ganham em um mês o que muita gente não ganha em um ano ainda tem que receber isso? Auxílio-moradia é para desabrigado”, disse, Jonas.
A estudante Vivian Rebouças, 18, que pretende estudar Direito, reprovou a medida do STF. “Fico me questionando se os juízes e promotores estão pagando aluguel como muitas pessoas que conheço, daí poderia até fazer sentido receber auxílio-moradia, mas mesmo assim, jamais nesse valor”, defendeu, Vivian Rebouças.
Para a comerciante Angela Santana, 32, “auxílio-moradia é para quem não tem onde morar”. “Antes de ter a minha casa, eu morei dois anos de aluguel. Pagava R$ 300 por mês, nunca recebi nenhum auxílio além do meu salário ”, disse.
O presidente da Associação de Magistrados do Amazonas (Amazon), Ludimilson Sá, afirmou que o pagamento do auxílio-moradia é justo. “Só terá direito a verba os magistrados que não tem residência oficial. Isso vai beneficiar principalmente os juízes do interior, que não vão ficar mais à mercê do prefeito. O pagamento vai ser importante para manter a independência das decisões e do Poder Judiciário. É um pagamento justo. Em um momento que a corrupção se alastra pelo País e que tanta há complacência quanto a isso, eu não vejo nada de mais nesse auxílio. É uma gota d'água no oceano”, avaliou, o juiz.
CAMOCIM INFORMADOS

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