quinta-feira, 6 de novembro de 2014

CHACINA EM BELÉM DO PARÁ: NÚMERO DE MORTOS PODE CHEGAR A 35

Por Redação, com ABr 
Cenas de comoção sociai foram gravadas e distribuídas nas redes sociais ao longo do dia, após uma noite de terror na periferia de Belém do Pará

Cenas de comoção sociai foram gravadas e distribuídas nas redes sociais ao longo do dia, após uma noite de terror na periferia de Belém do Pará
Chega a 20 mortes, 10 delas confirmadas pela secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará, e as demais ainda sem confirmação, mas denunciadas nas redes sociais do país, na chacina que teve lugar em bairros na periferia da capital paraense, durante a madrugada desta quarta-feira. Este número pode chegar a 35, segundo relatos não oficiais. 

Os nomes das vítimas ainda não foram confirmados. Segundo o secretário de Segurança Pública do estado, Luiz Fernandes, o número de mortos seria de nove, no entanto, em nota oficial na Agência de Notícias do Estado, foram admitidos 10 assassinatos, entre eles do de um policial militar da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (ROTAM), que teria originado uma revanche por parte dos colegas de farda.
Após o assassinato do cabo Antônio Marcos da Silva Figueiredo, de 43 anos, perto da rua em que morava, uma série de mensagens foi trocada entre seus colegas, nas redes sociais, em uma espécie de convocação ao crime. A investigação, a cargo da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, aponta que as mortes ocorreram em seis bairros da capital paraense.


– Recebemos inúmeras denúncias do envolvimento de PMs, de milicianos, apuramos inúmeras denúncias sobre a situação de violência em vários bairros de Belém, e estamos preocupados porque temos visto essa violência crescer – disse a presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Pará (OAB/PA), Luana Tomás, em entrevista ao programa Tarde Nacional, da Rádio Nacional da Amazônia.
Luana considera que “a partir do que ocorreu, há uma crescente boataria ‘muito perigosa para o estado democrático de direito” nas redes sociais, e alerta que “compartilhar informação sem fundamento aumenta o clima de terror, de medo e a incitação de ódio, e pode ser caracterizado como crime”.
A Comissão foi aos bairros, colher depoimentos sobre os fatos, mas ainda não revelou a identidade das vítimas. Segundo Tomás, sabe-se que, além dos mortos, há pessoas feridas, cujos nomes não foram divulgados. Denúncias em forma de gravações de vídeo e áudios publicadas nas redes sociais estão em fase de análise na Comissão de Direitos Humanos da OAB/PA.


Violência deflagrada
Segundo divulgou o site Fatos Políticos, hospedado no portal UOL, “suspeita-se que o policial era ligado à uma milícia no bairro do Guamá e ficou conhecido pelos “esculachos” e execuções de muitos jovens nas periferias da cidade, fato que teria feito sua morte ser amplamente comemorada em diversos bairros periféricos. Os números ainda são pouco precisos mas um jornal local aponta pelo menos 20 mortos e o Governo do Estado, chefiado por Simão Jatene (PSDB), já reconheceu oito das mortes esta manhã. 


O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC) registrou quatro homicídios no bairro da Terra Firme e um homicídio nos bairros do Marco, Guamá, Jurunas e Sideral, respectivamente. Todos esses são bairros pobres da capital paraense. No bairro da Terra Firme, o cobrador de ônibus Bruno de Souza Gemaque, de 20 anos, foi assassinado na rua São Domingos. Na passagem Brasília, a vítima foi um adolescente de 16 anos e, na passagem Gabriel Pimenta, Jefferson Cabral Reis, de 27 anos, também foi executado friamente.

Sargento usa rede social para convocar “o máximo de amigos” para o massacrel


Sargento usa rede social para convocar “o máximo de amigos” para o massacrel
“A ROTAM anunciou que ‘a caça começou’ em sua página oficial nas redes sociais e o sargento Rossicley Silva chegou a convocar ‘o máximo de amigos para dar resposta’ através de seu Twitter pessoal. Um arquivo de áudio revela policial afirmando que a ordem era fazer uma ‘limpeza na área’. Quanto à isso o Comando Geral da Polícia Militar afirmou que vai ‘apurar eventuais denúncias’ e submeter à ‘Corregedoria’, órgão famoso por raramente punir alguém. Alguns vídeos que rodaram o WhatsApp (…) são atribuídos por seus autores à atuação da polícia nessa madrugada. Arquivos de áudio também mostram um Policial Militar anunciando os bairros onde haveriam chacinas e alguns relatos de populares sobre o que está se passando no bairro Terra Firme, assim como os possíveis motivos das execuções em massa.

“Mataram um policial nosso e vai ter uma limpeza na área”, Policial Militar anuncia os bairros onde ocorrerão as chacinas
“A cabeça desse cara da ROTAM tava a prêmio, ele matou muita gente”, jovem comenta sobre retaliação e a ordem dos oficiais para matar.
“Muitos corpos no chão”, mulher comenta chacina na Terra Firme, um dos bairros com conflito mais intenso.


Ainda segundo o site, “segundo comentário feito pela própria ROTAM na postagem em que afirma que a ‘caça começou’, os mortos já são 35 e os municípios de Ananindeua, Marituba, Santa Izabel e Castanhal também estão na mira da corporação. Contraditoriamente, esse desastre na segurança pública paraense acontece simultaneamente ao 13º Encontro da ONU sobre Prevenção ao Crime e Justiça, sediado em Belém nos dias 03 e 04 de novembro”.


Do correiodobrasil

Por 
CAMOCIM INFORMADOS

Nenhum comentário:

Postar um comentário